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Fusões e Aquisições em recuperação no Brasil – 14/01/2025

Índice

Fusões e Aquisições em recuperação: números seguem abaixo do período pré-pandemia

O mercado de fusões e aquisições (M&A) no Brasil apresentou um avanço significativo em 2024, marcando uma recuperação após o desaquecimento registrado no ano anterior. De acordo com levantamento exclusivo da RGS Partners, o número de transações cresceu 27% em relação a 2023, totalizando 160 negócios, enquanto o volume financeiro alcançou R$ 178 bilhões, um salto de 41%. Apesar do crescimento, os números ainda ficaram aquém do ciclo de 2020 a 2022, quando a média anual foi de 222 transações e R$ 245 bilhões. A estabilidade macroeconômica no início do ano facilitou a convergência de preços entre compradores e vendedores, mas a recuperação perdeu fôlego no segundo semestre. 

Entre os setores mais ativos, o segmento de tecnologia liderou em número de transações, com 39 negócios, representando 24% do total. No entanto, os valores mais expressivos vieram de energia e utilities, que movimentaram R$ 64 bilhões, equivalentes a mais de um terço do total transacionado. Empresas como a Vibra e a Auren protagonizaram importantes aquisições, consolidando suas posições no mercado. A Vibra adquiriu os 50% restantes da Comerc, reforçando sua estratégia multienergia, enquanto a Auren comprou a AES Brasil por cerca de R$ 7 bilhões, em um dos maiores negócios do ano. A Âmbar, do grupo J&F, também teve destaque ao diversificar suas operações com aquisições no setor de distribuição e geração de energia. 

O cenário para 2025 apresenta incertezas. Apesar do otimismo em setores como infraestrutura, petróleo e gás, e água e saneamento, os desafios incluem juros elevados, menor entrada de capital estrangeiro e riscos geopolíticos. Além disso, economistas alertam para uma possível desaceleração econômica, com crescimento modesto do PIB, inflação elevada e fluxo reduzido de investimentos externos, fatores que podem impactar o ritmo de crescimento das operações de M&A. 

Resumo da operação: 

O mercado de M&A no Brasil cresceu 27% em número de transações (160 negócios) e 41% em volume financeiro (R$ 178 bilhões) em 2024, mas ainda abaixo do pico de 2020-2022, quando os valores anuais chegaram a R$ 245 bilhões. 

Setores de energia e utilities lideraram em valores transacionados, movimentando R$ 64 bilhões. Destaques incluem a compra da AES Brasil pela Auren por R$ 7 bilhões e a aquisição da Comerc pela Vibra, consolidando a estratégia multienergia. 

As perspectivas para 2025 são incertas, com otimismo em infraestrutura e energia, mas desafios macroeconômicos, como juros altos e menor fluxo de capital estrangeiro, podem desacelerar a retomada.  

Brava avalia propostas onshore e offshore com foco estratégico

A Brava Energia, fruto da fusão entre as petrolíferas 3R e Enauta, recebeu diversas propostas para seus ativos onshore, que incluem áreas na Bahia e combinações de ativos em terra e águas rasas. Cinco grupos apresentaram ofertas, alguns com parcerias estratégicas e financeiras, indicando que o valor estimado do conjunto de ativos pode chegar a US$ 2 bilhões. Paralelamente, a empresa também analisa uma proposta offshore: o Westlawn Group, que já possui 20% dos campos Atlanta e Oliva, na Bacia de Santos, manifestou interesse em adquirir mais 20%. Apesar de não ser a prioridade da Brava no momento, a proposta será considerada, desde que baseada em um novo valuation, dado que a área já iniciou produção. 

A Westlawn pagou US$ 309 milhões pelos primeiros 20%, destacando-se como a primeira empresa estrangeira estreante no Brasil em mais de cinco anos. 

Resumo da operação: 

Ativos onshore: Propostas para áreas em terra avaliam os ativos da Brava em até US$ 2 bilhões. 

Interesse offshore: Westlawn quer ampliar sua participação nos campos Atlanta e Oliva para 40%, após já investir US$ 309 milhões. 

Movimentação estratégica: Brava analisa tanto ofertas em terra quanto no mar, equilibrando novos valuations e parcerias estratégicas. 

VTEX entra no mercado de retail media com a aquisição da Newtail

A VTEX, plataforma global de e-commerce, realizou sua primeira aquisição no segmento de retail media ao comprar a Newtail, startup brasileira que atua com publicidade em ecommerces e já trabalha com grandes varejistas, como a Casas Bahia. O valor da transação, embora não divulgado oficialmente, está estimado entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões. A estratégia é clara: expandir a base de anunciantes, atrair novos varejistas e consolidar o mercado de retail media, tanto no Brasil quanto internacionalmente. 

A Newtail traz à VTEX um inventário robusto, incluindo varejistas que não usam a plataforma da compradora, além de mais de 400 potenciais anunciantes. Com essa aquisição, a VTEX reforça sua posição como player importante em um setor emergente no Brasil, competindo com nomes como Topsort e Mercado Livre. A companhia agora foca em convencer varejistas sobre os benefícios do retail media, enfrentando resistências relacionadas à percepção de que essa receita pode canibalizar investimentos de trade marketing. 

Resumo da operação: 

Aquisição estratégica: A VTEX comprou 100% da Newtail por um valor estimado entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões, com o objetivo de consolidar o mercado de retail media no Brasil e expandir para a América Latina e Estados Unidos. 

Impacto no inventário: A Newtail adiciona mais de 400 potenciais anunciantes à base da VTEX e possibilita a entrada de varejistas que não eram clientes da plataforma. 

Mercado promissor: Com GMV de US$ 18,2 bilhões, a VTEX busca alcançar uma penetração de 2% em retail media, o que poderia gerar uma receita anual equivalente à sua atual. 

De Carlo Usinagem é adquirida por grupo de investidores

A De Carlo Usinagem e Componentes LTDA, com mais de 40 anos de atuação e sede no Distrito Industrial de Mogi das Cruzes, foi adquirida por um grupo de quatro empresários com ampla experiência no mercado. A nova administração promete manter a tradição da empresa, ao mesmo tempo em que investirá em inovação, eficiência e ampliação de negócios. Entre os novos gestores estão nomes como Bruno Maximo, CEO da Yamaho e GZZ Metálicos, que assume como CEO da De Carlo, e empresários de sucesso em áreas como incorporação imobiliária e tecnologia financeira. 

O grupo destaca que a transação, já aprovada pelo CADE, marca o início de uma nova era para a De Carlo, com o compromisso de fortalecer sua posição no mercado industrial, expandir sua atuação e aprimorar processos produtivos. A transição será feita de forma cuidadosa, mantendo a qualidade dos serviços e estreitando relações com clientes e colaboradores. 

Resumo da operação: 

Nova liderança e investimento estratégico: A empresa passa a ser comandada por um grupo experiente que administra negócios com cerca de 1,3 mil funcionários e promete expandir a atuação da De Carlo. 

Compromisso com inovação: A nova gestão planeja modernizar a produção, lançar produtos mais tecnológicos e atender às demandas emergentes do setor industrial. 

Tradição e legado preservados: Apesar das mudanças, a marca mantém sua identidade construída ao longo de 40 anos, garantindo qualidade e continuidade nos serviços. 

Junior Minings: Brasil no Radar de Mineradoras Estrangeiras

O Brasil está se consolidando como um dos principais destinos globais para mineradoras estrangeiras focadas na produção de minerais essenciais à transição energética, como lítio e terras raras. Empresas canadenses e australianas, conhecidas como junior minings, estão apostando bilhões em projetos inovadores no país, impulsionadas por mudanças regulatórias e pela crescente demanda por tecnologias limpas. 

As junior minings são mineradoras de pequeno e médio porte, geralmente avaliadas em torno de US$ 500 milhões, especializadas na exploração de novas reservas minerais. Diferente de grandes corporações, essas empresas operam em um modelo de alto risco, mas com potencial de retornos expressivos. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o mercado global de minerais críticos pode ultrapassar US$ 1 trilhão até 2030, destacando a relevância estratégica desses investimentos. 

Mudanças no ambiente regulatório brasileiro foram cruciais para atrair esse fluxo de capital estrangeiro. A criação da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2017, impôs regras mais rígidas sobre o desenvolvimento de áreas licenciadas, exigindo o cumprimento de cronogramas de pesquisa. A combinação de segurança jurídica com maior celeridade na emissão de licenças pelos estados tornou o Brasil mais atrativo para investidores internacionais. 

O setor já apresenta resultados expressivos. Em 2022, o Brasil produziu R$ 33,1 bilhões em minerais voltados à transição energética, representando 14,8% da produção mineral nacional. Regiões como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, têm se destacado com projetos de lítio, enquanto o estado de Goiás avança na produção de óxido de terras raras. 

Entre as iniciativas mais emblemáticas, a australiana Meteoric Resources anunciou um investimento de US$ 400 milhões até 2027 para explorar terras raras em Caldas (MG), com estimativas de vida útil da mina superior a 100 anos. Já a Sigma Lithium, fundada no Brasil e listada na Bolsa de Toronto, viu seu valor de mercado crescer de US$ 95,6 milhões no IPO, em 2018, para US$ 1,45 bilhão, consolidando-se como um dos principais projetos de lítio no país. 

Além das empresas australianas e canadenses, o Brasil também avança com iniciativas nacionais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com a Vale, lançou o fundo ORE JGP BB Minerais Estratégicos, com aporte inicial de R$ 500 milhões. A expectativa é atrair até R$ 1 bilhão para financiar projetos ligados à transição energética. 

Mesmo com avanços significativos, o setor ainda enfrenta desafios. O Brasil possui apenas 220 minas de operação comercial relevante, muitas delas voltadas ao minério de ferro. O caminho para a exploração de minerais estratégicos ainda é longo e caro, com prazos que podem ultrapassar uma década. Contudo, especialistas destacam que, com os incentivos certos, o país tem potencial para liderar a transição energética global. 

Resumo da operação: 

Investimentos Estrangeiros: Empresas como Meteoric Resources (US$ 400 milhões) e Sigma Lithium (US$ 1,45 bilhão) impulsionam o setor no Brasil. 

Regulação Favorável: Criação da ANM em 2017 e maior celeridade na emissão de licenças foram fatores decisivos para atrair capital estrangeiro. 

Perspectivas Futuras: O fundo ORE JGP BB Minerais Estratégicos, do BNDES e Vale, visa financiar projetos em minerais críticos, consolidando o protagonismo brasileiro na mineração global. 

Petrobras e Unigel: Negociações Avançam sobre Fábricas de Fertilizantes no Nordeste

A Petrobras anunciou que continua negociando com a Unigel para encontrar uma solução definitiva e viável para o fornecimento de fertilizantes ao mercado brasileiro. Em análise está um possível acordo para a estatal retomar a gestão de suas fábricas de fertilizantes nitrogenados no Nordeste, atualmente arrendadas à Unigel, e contratar a empresa para operar as unidades. 

Essas tratativas estão em conformidade com o plano de negócios 2025-2029 da Petrobras, que prevê a retomada de atividades no segmento de fertilizantes, focando na produção e comercialização de produtos nitrogenados. Segundo a estatal, todas as decisões serão comunicadas ao mercado após aprovação interna. 

Resumo da operação: 

Negociações em Curso: A Petrobras e a Unigel continuam discutindo um modelo para gestão e operação das fábricas de fertilizantes nitrogenados no Nordeste. 

Plano Estratégico: O plano de negócios da Petrobras 2025-2029 inclui a retomada da produção de fertilizantes para agregar valor e atender à demanda do mercado brasileiro. 

Possível Acordo: Há expectativas de que a Petrobras reassuma a gestão das fábricas e estabeleça um contrato operacional com a Unigel, sujeito à aprovação nas instâncias competentes. 

Mosaic Vende Mina de Fosfato em Minas Gerais por US$ 125 Milhões 

A Mosaic anunciou a venda de sua mina de fosfato localizada em Patos de Minas (MG) para a Fosfatados Centro, em um acordo avaliado em US$ 125 milhões. O valor será pago ao longo de seis anos, e a Fosfatados Centro assumirá a operação tanto da mina quanto das barragens de rejeitos da unidade. A transação ainda está sujeita à aprovação de órgãos regulatórios, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), e ao cumprimento de condições prévias para a sua efetivação. 

A negociação faz parte da estratégia global da Mosaic de otimizar seu portfólio, focando em ativos que oferecem maior retorno financeiro. Segundo Karen Swager, vice-presidente executiva de operações da Mosaic, essa decisão reflete o objetivo da companhia de reavaliar e monetizar ativos considerados não essenciais, redirecionando capital para áreas estratégicas. A venda da mina em Patos de Minas é mais um passo nesse movimento de alinhamento com seus objetivos de longo prazo. 

Por outro lado, a Fosfatados Centro, sob a liderança de Rodolfo Galvani Júnior, destaca que a aquisição é um marco importante para o setor de fertilizantes no Brasil. A empresa busca consolidar seu papel no mercado, aumentando a oferta de fosfato para a produção nacional de fertilizantes. Essa iniciativa também está em linha com o Plano Nacional de Fertilizantes, que visa reduzir a dependência brasileira de importações e fortalecer a produção doméstica. 

O mercado de fertilizantes tem se mostrado estratégico para o Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Com a demanda crescente por insumos agrícolas, a aquisição da unidade pela Fosfatados Centro representa uma oportunidade de fortalecer a cadeia produtiva local, garantindo maior competitividade e segurança no abastecimento de fertilizantes para o setor agroindustrial. 

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