Índice
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- O que esperar do mercado de M&A em 2025?
- Fluxus disputa ativos Onshore da Brava em transação de US$ 2 Bilhões
- Grupo Globo avança com OPA para fechar capital da Eletromidia
- Braskem Investe R$ 614 Milhões em Expansão
- Embraer que voar mais alto em 2025
- Setor Eólico Enfrenta Crise no Brasil, Mas Energia Solar Segue em Expansão
O que esperar do mercado de M&A em 2025?
Em uma entrevista exclusiva, Gustavo Didier, CEO da Unio Company, compartilhou sua visão sobre as perspectivas do mercado de fusões e aquisições (M&A) para 2025, com um olhar atento tanto para o cenário global quanto para o brasileiro. Didier destacou que, enquanto o mercado global de M&A deve crescer de forma significativa, o Brasil ainda enfrenta desafios que limitam seu potencial de crescimento nesse segmento.
A previsão é que o mercado de M&A global atinja US$ 4 trilhões em 2025, impulsionado por políticas econômicas favoráveis nos Estados Unidos. A redução de impostos e a diminuição de regulamentações, características das atuais políticas do governo americano, devem criar um ambiente mais propício para transações de fusões e aquisições. Esse cenário positivo nos EUA é esperado para gerar um aumento no volume de transações, um reflexo de um mercado mais dinâmico e otimista.
Por outro lado, o Brasil enfrenta um ambiente econômico mais complexo. Didier apontou que a inflação elevada, a taxa de juros alta e a falta de previsibilidade regulatória são fatores que continuam a afetar negativamente o mercado de M&A no país. Esses fatores diminuem o apetite de investidores estrangeiros, que atualmente representam apenas 17,7% das transações no Brasil. A instabilidade econômica e as dificuldades fiscais afastam os investidores internacionais, que buscam maior segurança e previsibilidade antes de se comprometer com grandes aquisições no país.
Apesar desses desafios, Didier identificou algumas áreas de destaque que podem gerar oportunidades no Brasil. O agronegócio e o setor de tecnologia são apontados como setores resilientes, que devem manter seu desempenho positivo, mesmo diante do ambiente econômico turbulento. A crescente digitalização e as necessidades de inovação tecnológica impulsionam a atividade de M&A em áreas como inteligência artificial, fintechs e startups, enquanto o agronegócio continua a se destacar pela sua importância estratégica para a economia nacional, especialmente com a crescente demanda por alimentos em mercados internacionais.
No entanto, Didier fez uma ressalva importante: para que o Brasil se torne mais competitivo e atraente para investidores estrangeiros, será necessário realizar reformas estruturais. A melhoria da previsibilidade regulatória e a redução de custos fiscais são fundamentais para tornar o ambiente de negócios mais seguro e estável. Sem essas mudanças, o mercado de M&A no Brasil continuará a enfrentar dificuldades para crescer de maneira significativa.
Quando questionado sobre o impacto da inflação e das taxas de juros nas transações de M&A, Didier explicou que, no Brasil, a alta da taxa básica de juros (com o DI futuro projetado em 15%) torna o crédito mais caro e reduz a capacidade das empresas de expandir por meio de aquisições. Além disso, os investidores ficam mais cautelosos em um cenário de custos elevados. No entanto, Didier observou que, no Brasil, setores resilientes, como o agronegócio, podem aproveitar as dificuldades econômicas de outras empresas para realizar aquisições estratégicas, oferecendo boas oportunidades de negócios.
Globalmente, setores como tecnologia, energia renovável e saúde devem continuar a liderar as transações de M&A em 2025, impulsionados por tendências de inovação, digitalização e a transição para fontes de energia mais sustentáveis. No Brasil, o agronegócio e a infraestrutura se destacam como os setores com maior potencial, mas as transações nesse campo dependerão de um ambiente regulatório mais estável e favorável. O setor alimentício, de forma inesperada, pode também se destacar, à medida que as empresas buscam fusões para aumentar sua competitividade e eficiência operacional, principalmente diante da volatilidade dos preços de insumos e commodities.
Em relação à concentração ou diversificação no mercado de M&A, Didier observou que, no Brasil, haverá uma tendência de maior concentração, especialmente nos setores mais resilientes, como o agronegócio e a tecnologia. Grandes players devem buscar consolidar suas posições nesses segmentos. Por outro lado, setores com menos maturidade, como o de startups e educação, podem seguir por um caminho de diversificação, com nichos de mercado sendo explorados por empresas menores que buscam se destacar em áreas com baixa concorrência.
No cenário global, a concentração também será visível, especialmente nos setores de tecnologia e energia, onde as grandes empresas dominam o mercado. Já os mercados emergentes, como o Brasil, deverão enfrentar dificuldades para atrair grandes investimentos, devido à falta de previsibilidade regulatória e os desafios econômicos, como a instabilidade fiscal e política.
Por fim, Didier destacou o impacto do cenário geopolítico no mercado de M&A, mencionando que as tensões comerciais e políticas externas continuarão a influenciar a dinâmica global de fusões e aquisições. A postura protecionista do governo dos EUA pode restringir transações com investidores internacionais, enquanto a instabilidade geopolítica pode dificultar a entrada de capital estrangeiro no Brasil, especialmente em setores que exigem altos investimentos, como a infraestrutura.
Apesar desses desafios, Didier acredita que empresas internacionais poderão buscar oportunidades pontuais em mercados emergentes, como o Brasil, desde que ofereçam um equilíbrio favorável entre riscos e retornos atrativos.
Resumo da operação:
Mercado global de M&A: A previsão é que o mercado de fusões e aquisições alcance US$ 4 trilhões em 2025, impulsionado pelas políticas econômicas favoráveis nos EUA, como redução de impostos e regulamentação mais flexível.
Desafios no Brasil: O mercado brasileiro enfrenta dificuldades devido à inflação alta, taxas de juros elevadas e falta de previsibilidade regulatória, o que reduz o apetite de investidores estrangeiros. No entanto, setores como agronegócio e tecnologia ainda apresentam oportunidades.
Setores em destaque: No Brasil, agronegócio e infraestrutura são áreas com maior potencial para fusões e aquisições, embora dependam de políticas públicas que garantam previsibilidade. Globalmente, tecnologia, energia renovável e saúde devem liderar as transações.
Fluxus disputa ativos Onshore da Brava em transação de US$ 2 Bilhões
A Fluxus, petroleira controlada pelos irmãos Batista, está disputando a compra de campos de petróleo onshore da Brava Energia, em um processo de venda que pode ser um marco significativo em sua expansão no setor de óleo e gás. A J&F, holding dos irmãos Batista, entrou no mercado de energia no ano passado, quando adquiriu a Fluxus, uma petroleira que possuía ativos na Argentina. Desde então, a Fluxus tem expandido sua presença, comprando também ativos da Pluspetrol na Bolívia. Agora, a companhia entra na disputa pela Brava, que está negociando a venda de seus campos em terra e águas rasas, mantendo a operação em águas profundas.
A Brava, formada pela fusão entre as empresas 3R e Enauta, recebeu propostas não vinculantes para a compra de seus ativos. A Fluxus apresentou uma proposta no formato que envolve a aquisição dos campos onshore, e o valor da transação é estimado em cerca de US$ 2 bilhões, considerando também a dívida da Brava. Essa avaliação sugere que o desembolso real seria menor, pois a dívida está incluída no valor total. No entanto, ainda é cedo para determinar a real disposição financeira da Fluxus, já que, neste momento, a empresa está apenas fazendo uma avaliação preliminar e a Brava ainda não abriu seu data room nem assinou o acordo de confidencialidade (NDA). A expectativa é que, nos próximos dias, a Brava passe para a fase vinculante do processo, quando as ofertas se tornarão definitivas.
A J&F já possuía investimentos no setor de energia, por meio da Âmbar, que atua em geração térmica de energia elétrica. No ano passado, a Âmbar realizou uma grande aquisição ao comprar usinas térmicas da Eletrobras, uma transação que gerou bastante repercussão. Agora, no setor de petróleo e gás, a Fluxus representa o maior passo da holding, que busca ampliar sua presença e diversificar seus investimentos.
Além da Fluxus, outras empresas também estão interessadas na compra dos ativos da Brava. A Pluspetrol e a Origem estão de olho no pacote completo, enquanto outras empresas, como Eneva, PetroReconcavo e um consórcio entre Petro-Victory e BlueOak, demonstraram interesse por alguns dos ativos específicos. A disputa pelo controle dos campos de petróleo onshore da Brava promete esquentar nas próximas semanas, com várias empresas tentando garantir os ativos em meio a um mercado de óleo e gás ainda muito competitivo.
Resumo da operação:
Fluxus no páreo: A Fluxus, petroleira controlada pelos irmãos Batista e pertencente à holding J&F, apresentou uma proposta não vinculante para a compra dos campos onshore da Brava Energia.
Valor da transação: A venda dos ativos da Brava está avaliada em cerca de US$ 2 bilhões, considerando a dívida da empresa, o que torna o desembolso efetivo menor.
Concorrência no processo: Além da Fluxus, empresas como Pluspetrol, Origem, Eneva, PetroReconcavo e um consórcio entre Petro-Victory e BlueOak também estão disputando os ativos da Brava.
Grupo Globo avança com OPA para fechar capital da Eletromidia
O Grupo Globo protocolou, na última sexta-feira (17), um pedido de Oferta Pública de Aquisição (OPA) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para adquirir ações ordinárias da Eletromidia (ELMD3), com o objetivo de obter o controle da empresa, fechar seu capital e retirá-la do Novo Mercado da B3. A OPA, que será registrada como uma Oferta Pública Unificada, visa três objetivos principais: adquirir o controle da Eletromidia, cancelar o registro de companhia aberta e fazer com que a empresa saia da listagem do Novo Mercado.
O preço por ação que será oferecido aos acionistas da Eletromidia será superior ao valor justo avaliado pelo Bank of America Merrill Lynch e será igual ao preço negociado no momento da venda do controle da empresa. Um dado importante é que acionistas que detêm 20,61% das ações da companhia já se comprometeram a participar da oferta. Se esse compromisso for confirmado, a Globo terá mais de 95% do capital da Eletromidia, o que permitirá o fechamento de capital, a saída do Novo Mercado e a realização do resgate compulsório das ações restantes.
Analistas da XP Investimentos destacam que a OPA ainda precisa ser registrada e autorizada pela CVM, e que o processo pode ser impactado caso os acionistas solicitem uma nova avaliação da empresa, conforme a legislação brasileira. No entanto, a XP considera altamente improvável que haja uma solicitação de revisão, uma vez que já foram assinadas cartas de compromisso por acionistas que representam 21,61% das ações, com a garantia de que não pedirão uma nova avaliação durante o período de 15 dias. A CVM tem um prazo de aproximadamente 90 dias para avaliar o pedido de OPA e decidir sobre a data da oferta.
A OPA marca um passo importante para a Globo, que busca reforçar sua presença e consolidar o controle da Eletromidia, especialmente em um momento de crescente competição no mercado de mídia e publicidade.
Resumo da operação:
Pedido de OPA: A Globo protocolou um pedido à CVM para realizar uma OPA com o objetivo de adquirir a Eletromidia, fechar seu capital e retirá-la do Novo Mercado.
Preço por ação: O preço oferecido por ação será superior ao valor justo avaliado pelo Merrill Lynch e igual ao preço negociado na venda de controle da Eletromidia.
Apoio dos acionistas: Acionistas que representam 20,61% das ações da Eletromidia já manifestaram o compromisso de participar da OPA, o que permitirá à Globo alcançar mais de 95% do capital da empresa.
Braskem Investe R$ 614 Milhões em Expansão
A Braskem anunciou nesta quarta-feira (17) um investimento de R$ 614 milhões para ampliar sua capacidade de produção nas unidades localizadas na Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas. O plano de expansão incluirá sete projetos que serão executados com o apoio de incentivos fiscais do Regime Especial da Indústria Química (Reiq), que oferece benefícios no PIS/Cofins para a ampliação da capacidade instalada no setor químico.
O foco dos investimentos será nas unidades de produção de polietileno, PVC e outros produtos químicos, visando atender à crescente demanda do mercado brasileiro, especialmente nas áreas de construção civil, embalagens e automotiva, que dependem desses materiais para sua produção. Além disso, a expansão ajudará a melhorar a competitividade da Braskem no mercado interno e a consolidar a posição da empresa como uma das maiores petroquímicas do Brasil.
Com a execução dos projetos, a empresa estima que serão gerados mais de 2.200 empregos diretos durante a implementação das obras, o que trará um impacto positivo nas economias locais dos três estados. A Braskem reforça seu compromisso com o desenvolvimento econômico das regiões em que atua, além de contribuir para o fortalecimento da indústria química no Brasil.
A empresa também destaca que a ampliação das unidades vai melhorar a eficiência de suas operações, permitindo um atendimento mais rápido e eficaz à demanda crescente do mercado brasileiro por produtos químicos essenciais. A expansão é uma das iniciativas de longo prazo da Braskem para garantir a sustentabilidade e o crescimento da indústria química no país.
Resumo da operação:
Investimento de R$ 614 milhões: A Braskem está investindo esse valor em sete projetos de expansão nas unidades da Bahia, Rio Grande do Sul e Alagoas.
Incentivos fiscais: Os recursos serão financiados por meio de incentivos fiscais do PIS/Cofins, no âmbito do Regime Especial da Indústria Química (Reiq).
Geração de empregos: A ampliação da capacidade produtiva deve gerar mais de 2.200 novos empregos diretos e fortalecer a competitividade do setor químico no Brasil.
Embraer que voar mais alto em 2025
A Embraer (EMBR3) segue um caminho distinto de suas principais rivais, mantendo suas fábricas em operação e um fluxo constante de entregas. Em 2024, a empresa alcançou uma impressionante alta de 150% nas ações, a maior da Bolsa brasileira, e conseguiu obter grau de investimento das agências de classificação de risco. Apesar dos desafios macroeconômicos, como juros elevados e desvalorização cambial, a empresa se manteve em crescimento, com aumento de 14% nas entregas de aeronaves.
O CEO Francisco Gomes Neto destacou que a estratégia da empresa é “vender, vender, vender”, com foco em preencher a capacidade de produção para os próximos anos. A Embraer busca equilibrar sua produção ao longo do ano, evitando picos no último trimestre, e tem boas expectativas para 2025, com uma estimativa de entrega de até 220 aeronaves.
A empresa se beneficia de uma forte reputação em engenharia e inovação, especialmente no setor de jatos regionais e privados. Após o fracasso da tentativa de aquisição pela Boeing, a Embraer se consolidou de forma independente e tem ampliado suas vendas de aeronaves militares, como o Super Tucano e o C-390 Millennium. A crescente demanda por defesa, aliada à incerteza geopolítica, pode abrir novas oportunidades para a companhia. A Embraer também continua a exportar uma grande parte de seus componentes para os EUA, embora o risco de tarifas comerciais ainda seja uma preocupação.
Resumo da operação:
Crescimento nas entregas: A Embraer entregou 206 aeronaves em 2024 e projeta aumentar esse número em 2025, com até 220 entregas previstas.
Foco em “vender, vender, vender”: A estratégia da empresa para 2025 é continuar preenchendo sua capacidade de produção, mantendo o ritmo de entregas em alto nível.
Oportunidades no setor de defesa: A Embraer está se beneficiando de uma demanda crescente por aeronaves militares, como o Super Tucano e o C-390 Millennium, com novos pedidos internacionais.
Setor Eólico Enfrenta Crise no Brasil, Mas Energia Solar Segue em Expansão
O setor de energia eólica no Brasil enfrentou um grande desaquecimento em 2024, com a instalação de novas usinas somando apenas 3,3 GW, uma queda de 31,25% em comparação ao ano anterior. Essa desaceleração é resultado de uma sobreoferta de energia no país nos últimos anos, o que impactou a demanda e reduziu o lançamento de novos projetos. A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) prevê que esse cenário desafiador continue até 2026, com uma possível retomada a partir de 2027, impulsionada pelo crescimento econômico e novas demandas de setores como data centers e hidrogênio verde.
Além disso, o Brasil agora vê a energia solar ultrapassando a eólica como a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional, com o crescimento de sistemas solares distribuídos. A energia solar continua sua expansão acelerada, mesmo com a crise na eólica. O setor eólico ainda celebra a aprovação do marco regulatório para a energia eólica offshore, com leilões planejados para 2025 e operação de usinas previstas para 2030.
Resumo da operação:
Queda na instalação de parques eólicos: O Brasil instalou 3,3 GW de energia eólica em 2024, uma queda de 31,25% em relação a 2023, devido à crise de demanda e sobre oferta de energia.
Projeções para 2027: A expectativa é que a energia eólica volte a crescer a partir de 2027, com novos drivers de demanda, como a expansão de data centers e hidrogênio verde.
Energia solar em ascensão: A energia solar superou a eólica, se tornando a segunda maior fonte da matriz elétrica do Brasil, com o crescimento de pequenos sistemas distribuídos.
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