Você certamente sabe do que se trata as learning machines, mas talvez esse termo seja uma novidade. A Siri, da Apple; o Watson, da IBM; os mecanismos de busca do Google e o filtro de Spam do seu e-mail são exemplos de learning machines que podem fazer parte do seu dia a dia.
Apesar de saber do que se trata e agora conhecer o termo técnico para designar esse tipo de inteligência artificial, você provavelmente não conhece o seu funcionamento. Neste post, vou explicar de forma básica e bastante resumida como funciona (apesar de ser um assunto bastante complexo!): uma máquina, para ser considerada uma learning machines, deve ser capaz de automatizar, sem intervenção humana, o aprendizado e criação de modelos analíticos. Ou seja, a máquina deve ser capaz de, a partir de modelos prévios inseridos em seu banco de dados, criar formas de analisar dados, sem a necessidade de ser programada explicitamente para determinado propósito.
É preciso deixar claro que esse tipo de máquina não vai substituir a força de trabalho humano, tampouco o poder do cérebro humano, como muitas vezes é fantasiado por produções hollywoodianas e midiáticas acerca dos “robôs”. Um dos filmes mais famosos e que ilustra bem o assunto é o “Ela” ou, na versão original “Her”. No filme, o protagonista se apaixona por uma máquina bastante complexa (uma espécie de sistema operacional), que é capaz de se relacionar de maneira similar aos humanos, apesar de não possuir o fator emocional. Uma inteligência artificial como essa ainda é algo muito distante da nossa realidade nos dias de hoje, o nosso conhecimento nessa área ainda está em fase embrionária e é limitado não apenas pela falta de tecnologia, mas também por fatores como legislação e interesse das partes interessadas em divulgar tecnologias mais avançadas, porém já existentes (sem falar da viabilidade econômico-financeira de determinadas tecnologias para utilização em grande escala).
Acredito que o termo learning machines vai dominar desde as mesas de bares às mesas de reuniões dentro de alguns anos. Você já imaginou ser possível produzir de forma rápida e automática modelos de analisar dados complexos, precisos e em grande escala em diversas áreas de conhecimento, sem que seja necessário alguém para ensinar tudo isso? É exatamente isso que a aprendizagem de máquinas propõe fazer pela humanidade.
Vou citar um exemplo de learning machine que está sendo desenvolvido hoje em dia: o Deep Mind da Google. Essa máquina está sendo colocada frente à jogos de Atari (sim, aquele videogame dos anos 80). A princípio parece algo trivial e bastante atrasado se colocado em paralelo às tecnologias já existentes, mas não é bem assim. O Deep Mind consegue dominar jogos após jogar diversas vezes repetidamente (diversas mesmo, cerca de 5 mil vezes), sem acessar o código do jogo, ou seja, ele aprende a jogar entendendo sozinho como o jogo funciona após interpretar um padrão. A máquina do Google nunca foi programada para aprender a jogar Breakout, ele simplesmente foi programado para a “pontuação máxima”. Após a tentativa e erro em repetições em série, ou seja, podemos inferir que ela aprendeu sozinha após desvendar o código do jogo, apenas baseando-se nas suas experiências passadas e aplicando-as no futuro. Mencionei um simples jogo de videogame para facilitar o entendimento, mas imagine as diversas aplicações dessa “máquina” no dia a dia das pessoas? Agora imagine em um ambiente de trabalho?!
Você deve estar se perguntando como isso poderia ser aplicado no contexto atual e em situações reais. Bom, vamos pensar em instituições financeiras – cerca de 1/3 da sua receita é destinada ao pagamento de mão de obra humana, algumas vezes, até mais! Se um banco reduzisse significantemente o número de funcionários, podendo oferecer a mesma qualidade de serviço (ou melhor) e melhores soluções para o cliente, ele teria uma vantagem competitiva significativa frente aos demais concorrentes. Um dos resultados disso, simplificadamente, pode significar a possibilidade de oferecer taxas menores e melhores oportunidades para seus clientes, tornando o negócio ainda mais rentável e atraindo mais clientes. Mas, na verdade, tudo o que falei neste parágrafo já existe e possivelmente você já se deparou com uma delas: as Fintechs. Elas são startups que atuam no setor financeiro e revolucionam o mercado por meio de tecnologia, oferecendo para o consumidor mais facilidades e condições cada vez melhores (Essas fintechs que estão revolucionando o mercado serão alvo de post futuro).
Os investimentos na área de inteligência artificial remontam a década de 70 (até mesmo antes!). Grandes empresas gastavam uma grana preta para contratar a melhor mão de obra existente no mercado para ser capaz de fazer avanços nas áreas relacionadas ao seu core business (grandes investimentos em P&D – Pesquisa e Desenvolvimento). Nos dias atuais, muitas das mentes mais brilhantes concentram-se no ambiente empreendedor de Startups, ou seja, fora das grandes corporações. Isso acontece, dentre vários outros motivos, porque: 1- Grandes corporações são bastante engessadas; e 2- As novas gerações querem empreender cada vez mais cedo (fruto de diversos motivos, um deles é muito claro: $$$). Assim, grande parte dos recursos que essas mesmas grandes corporações investiam em P&D para o desenvolvimento de novas tecnologias, agora podem ser destinados à investimentos em Startups (no caso das Instituições Financeiras, as Fintechs!), podendo alcançar resultados ainda melhores. (Enquanto escrevia esse parágrafo, percebi o quão interessante e pouco explorado é esse tema. Imaginem a corrida das companhias na busca/competição por essas Startups, o que levou ao movimento de Corporate Venture – explico melhor em um próximo post).
Nos dias atuais, muitas das mentes mais brilhantes concentram-se no ambiente empreendedor de Startups, ou seja, fora das grandes corporações.
Dessa forma, é possível perceber que esse tipo de máquina irá atuar na nossa sociedade mais como um assistente inteligente, ágil e capaz de operar em escala cada vez maior (senão infinita), para nos ajudar a pensar fora da caixa e enxergar maneiras de solucionar problemas, possibilitando cada vez mais nosso desenvolvimento pessoal e o desenvolvimento da atmosfera empresarial mundo afora. E, para quem pensa sobre os pontos negativos com o advento dessas novas tecnologias, como a extinção de alguns empregos, convido a pensar em quantos vendedores de enciclopédias o Google matou, mas trouxe, em contrapartida, a democratização em massa do conhecimento gerando infinitas outras oportunidades até então inimagináveis!
Ps: esse texto é fruto da leitura de diversos textos, artigos e análise de vídeos e, em certa medida, de opiniões individuais. Sendo assim, estou à disposição para discuti-lo individualmente no email: rodrigo.oliveira@investorcp.com .
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