Viabilidade financeira: entenda o que é e como fazer

mulher analisando a viabilidade financeira

Tão importante quanto definir um ramo de atuação no mundo dos negócios, o estudo de viabilidade financeira é crucial para o sucesso do empreendimento. Uma análise bem feita trará segurança e bases sólidas para o novo negócio, influenciando positivamente na tomada de decisões mais acertadas.

Para obter números e informações confiáveis é necessário realizar uma boa pesquisa de mercado. Além disso, a pesquisa de viabilidade está alicerçada em quatro pilares: projeções de receitas; custos, despesas e investimentos; dos fluxos de caixa e análise de indicadores.

A primeira delas, a projeção de receitas, irá identificar a capacidade do negócio de gerar lucros, frente a outros tipos de investimentos. Na segunda, o empreendedor precisa ter ciência sobre os custos, as despesas e os investimentos, que justifiquem a projeção de receitas.

Já a projeção dos fluxos de caixa, como o próprio nome já indica, se refere à movimentação diária do que entra e sai da empresa. Nesta etapa é preciso considerar os dados de vendas, o tempo de recebimento de pagamentos e os gastos.

E por fim, chegamos à análise de indicadores, onde é preciso considerar a taxa mínima de atratividade (TMA) do negócio. Ela representa o percentual mínimo que o empresário receberá, para que o seu investimento se torne viável economicamente.

Lembrando que a TMA é composta por três subindicadores: custo de oportunidade, risco de negócio e o prêmio pela liquidez. Concluído todos esses processos e projeções, o estudo de viabilidade trará ao empreendedor maior domínio sobre as variantes do negócio escolhido, diminuindo os riscos e aumentando as chances de sucesso.

planilhas viabilidade financeira

O que é viabilidade financeira?

A viabilidade financeira nada mais é do que uma ferramenta para cálculo de dados sobre despesas e lucro, para que o investidor saiba de forma clara se o seu empreendimento será economicamente e financeiramente viável.

Desta forma, o estudo, realizado em cima de dados sobre lucro e despesas, trará credibilidade às aplicações, mostrando de forma clara o valor do capital que será necessário injetar no negócio, o retorno financeiro, bem como a análise de mercado.

Além da abertura de um novo empreendimento, a viabilidade financeira também deve ser feita quando se pensar em expansão de negócios, criação de nova sede, investimentos em equipamentos, novas estratégias, entre outras iniciativas.

Tudo pensado e projetado para reduzir riscos, evitando prejuízos futuros. O estudo irá direcionar as decisões empresariais, indicando quais são os caminhos e ações mais promissoras, que devam sair do papel e serem postas em prática.

Quando fazer o Estudo de Viabilidade Financeira?

Antes mesmo de se idealizar um novo empreendimento que exige aplicação de recursos financeiros, é preciso fazer um estudo de viabilidade financeira. É ele que irá nortear e avaliar a aplicabilidade do negócio e suas projeções comerciais. O estudo de viabilidade financeira identifica as reais condições para que um novo produto, processo ou serviço se torne lucrativo.

Ou seja, é uma importante ferramenta estratégica, que prioriza as áreas de maior potencial para cada segmento de cliente. Para isso é preciso reunir dados sobre análise de mercado, fluxo de caixa, alguns indicadores como a taxa interna de retorno, o break-even, o payback, entre outros números. Além disso, é importante destacar a necessidade de se calcular tanto o dinheiro que entra como o que sai, como os custos fixos e variáveis e também os impostos.

homem calculando viabilidade financeira

Como fazer a viabilidade financeira?

Sendo um tema sempre em foco no mundo dos negócios, a análise de viabilidade financeira e econômica deve ser feita antes de qualquer investimento.

Entender seu conceito, suas etapas, e os indicadores a serem considerados e analisados, fará a diferença entre o sucesso ou o fracasso do empreendimento, bem como o tempo necessário para se atingir as projeções dos lucros almejados, minimizando os riscos.

As projeções de receitas, custos, investimentos e análise de indicadores (ROI, ROE, VPL, TIR e Payback) são o ponto de partida para se fazer um bom estudo de viabilidade financeira.

Este trabalho engloba ainda os estudos de custos de oportunidade e ponto de equilíbrio, levando-se em conta todas as projeções financeiras que envolvam o investimento. Tudo calculado em cima de projeções de receita, despesas, custos, entre outros dados.

Testar o grau de aceitação dos clientes, bem como o local de instalação da empresa também estão entre as prioridades do estudo de viabilidade financeira. Todos esses dados podem mudar, de acordo com o perfil e finalidade de cada empresa. Abaixo seguem alguns tópicos que precisam ser levados em consideração, independente do tipo e do tamanho do empreendimento idealizado:

1. Análise de mercado

O estudo trará o entendimento do mercado onde a empresa atua, seus clientes, concorrentes, e até de sua estrutura. Apontará também qual a melhor época do ano para se lançar produtos ou serviços, como, por exemplo, fatores de sazonalidade que apontam qual a melhor época para vender protetor solar ou agasalhos.

Estas informações de mercado são cruciais para o sucesso das vendas e a aceitação do público-alvo. A variação das vendas de acordo com a situação econômica também deve ser considerada neste item, bem como outros dados relacionados ao mercado, ao consumidor e ao ramo do empreendimento. Entre os tipos de análise de mercado mais comuns destacamos:

  • Análise de gabinete;
  • Pesquisa de mercado;
  • Avaliação do mercado consumidor;
  • Verificação dos concorrentes;
  • Consideração dos fornecedores;
  • Estudo de projeções do mercado;
  • Coleta de dados;
  • Análise de índices sociais.

2. Projeção de fluxo de caixa

Nesta etapa o empresário deve ter informações precisas sobre os investimentos, os custos e as despesas que o seu negócio exigirá, periodicamente. Ou seja, a cada dois ou cinco anos, depois do início das atividades.

Não se deve otimizar os números para não gerar frustrações e nem aumentar demais as projeções de renda, pois as despesas e custos operacionais podem ser maiores.

Trabalhando com dados reais o investidor deverá calcular um cenário otimista de mercado, outro neutro e um terceiro, mais pessimista. Desta forma, independente dos rumos da economia do país, ele está mais próximo da realidade possível.

Para uma projeção de fluxo de caixa eficiente é preciso obter informações sobre pagamentos e recebimentos anteriores; levantar o saldo inicial; acrescentar os valores a receber, considerar a sazonalidade do negócio ou produtos produzidos; levantar as despesas reais, subtraindo as despesas estimadas.

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3. Análise dos indicadores

Essencial para o início dos negócios a análise dos indicadores é fundamental para se montar um plano de negócio, com projeções dos ganhos financeiros futuros.  Para começar é bom saber que existem métricas de liquidez, rentabilidade, estrutura de capital e de atividade.

Elas são utilizadas para medir o desempenho dessa área da empresa e são encontradas por meio de demonstrativos financeiros, que ajudam a melhorar a tomada de decisões e permitem uma avaliação mais precisa.

Para isso, é necessário levar em conta alguns indicadores como o break-even, a taxa mínima de atratividade do negócio, o valor presente líquido, entre outros dados.

Taxa Mínima de Atratividade – TMA

Esse indicador de juros representa o valor mínimo, que o empresário deverá receber, em relação aos investimentos aplicados, levando em conta os riscos de mercado de cada segmento empresarial. Lembrando ainda que nos primeiros meses de atividades, os lucros costumam ser menores, do que os projetados.

Por isso, é importante identificar o tempo que será necessário para que a empresa atinja o faturamento esperado, desde a inauguração. A TMA é formada por três componentes básicos: custo de oportunidade, risco do negócio e liquidez. Ela é considerada pessoal e intransferível, pois o risco varia de pessoa para pessoa ou pode variar durante o tempo.

Valor Presente Líquido (VPL)

Também denominado valor líquido atual, o VPL é uma técnica que traz para a data zero todos os fluxos de caixa, somando-os ao valor do investimento inicial. Para isso usa como taxa de desconto a TMA do empreendimento.

Ou seja, o valor presente líquido calcula o valor presente dos pagamentos futuros, deduzindo a taxa de custo de capital. As variáveis do VPL são o fluxo de caixa inicial (FC0), o fluxo de caixa do período (FCn) – é aquele determinado pelo investidor por um determinado período e a Taxa Mínima de Atratividade.

Taxa Interna de Retorno (TIR)

Quando se pensar em viabilidade financeira, esse dado deve existir. Ele aponta resultados, em percentuais, considerando as projeções financeiras futuras. Ou seja, quanto mais alto for o valor do TIR, maior será a previsão financeira, com melhor taxa interna de retorno. Desta forma, um projeto é ainda mais atrativo, quando a TIR for maior que o custo de capital aplicado no projeto inicial.

Payback

O cálculo, em português conhecido como retorno, representa o espaço de tempo que o investimento levará para se pagar. Ou seja, quando o caixa acumulado está com valor acima de zero. Isso representa que a empresa já recuperou o capital investido nela.

São dois os tipos de paybacks: o simples, que determina o tempo para se recuperar o investimento, sem considerar o valor investido, e o descontado, quando se desconta o fluxo de caixa do tempo de recuperação do investimento. A simplicidade de cálculo, as facilidades de compreensão e de avaliação dos riscos do projeto estão entre as principais vantagens do payback.

Já entre as desvantagens do método, apontamos o fato de não ter em conta os cashflows (fluxo de caixa) gerados depois do ano de recuperação e a valorização diferente dos fluxos recebidos em diferentes épocas.

Acompanhe o exemplo

Para melhor entendimento dos métodos, imagine abrir um estabelecimento em um determinado bairro, voltado somente para um determinado público.

Uma barbearia, por exemplo, em um local onde apenas 45% dos moradores fossem homens. Ou seja, dos 100 mil habitantes, sua empresa atingiria apenas 45 mil, sendo que ao longo do mês, estima-se que apenas 10% (4.500) destes homens busquem os seus serviços.

Existem preços diferenciados para os serviços oferecidos, sendo importante calcular a média gasta pelo cliente a cada visita ao estabelecimento, ou seja, o ticket médio, estimado em R$ 50,00.

Assim, no fim do mês a barbearia teria um faturamento de R$ 225 mil. Se este valor for o máximo atingido pelo negócio, será preciso avaliar quanto tempo levaria para chegar a esse ganho total, lembrando que nos primeiros meses, o lucro é sempre menor do que o estimado.

Os valores foram aumentando, na medida em que o negócio foi ficando mais conhecido no bairro. Nesta projeção é importante considerar os custos fixos, como as contas de água, luz, telefone, aluguel, internet, salário e as variáveis, que aumentam de acordo com o crescimento da empresa ou da linha de produção, como matéria-prima.

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Qual a diferença entre viabilidade econômica e viabilidade financeira?

A viabilidade econômica analisa os custos e os benefícios do empreendimento e a forma como o projeto pode afetar a economia da empresa. Já a viabilidade financeira examina o total de investimento que será necessário para colocar o projeto em prática, ou seja, a aplicabilidade do negócio e seu comportamento frente ao mercado consumidor.

A viabilidade econômica analisa o valor do dinheiro ao longo do tempo e os custos de oportunidade. Ou melhor, ela considera os efeitos de juros e da inflação sobre os recursos aplicados e o lucro estimado.

Motivos para analisar a viabilidade financeira

Entre os principais motivos para se utilizar ferramentas métricas de análise de dados econômicos como a viabilidade financeira, destaca-se a redução dos riscos, e por consequência a falta de retorno mínimo dos lucros esperados. Esse estudo é considerado um guia para empreendedores, pois direciona as decisões empresariais mais promissoras. Aponta ainda se o investimento trará ou não o retorno esperado.

Desta forma, o empresário tem condição de saber com antecedência se vale a pena ou não injetar esforço e recurso em determinados empreendimentos, direcionando seu dinheiro para projetos mais promissores. Nesse ponto, estar bem assessorado e munido de todas as informações reais do mercado fará toda diferença.

Com uma equipe especializada, a Investor oferece Consultoria com serviços customizados de acordo com as demandas de cada empresa. Sempre com foco no sucesso dos negócios, oferecemos avaliações, sejam de empresas, empreendimentos, imóveis ou ativos fixos.

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Conclusão

Sabemos que seis a cada dez empresas encerram suas atividades nos primeiros cinco anos de vida. E isso ocorre, segundo estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por diversos motivos, entre eles, a falta de uma análise profunda e séria da viabilidade financeira do negócio desejado. Identificar dados sobre a competitividade do empreendimento no mercado consumidor é crucial para o seu sucesso.

Para isso, é preciso seguir alguns critérios e passos que podem tirar o seu negócio do zero para chegar ao máximo do lucro estimado. Vale destacar que para se ter números e informações confiáveis nessas estimativas, adotar ferramentas como uma pesquisa de mercado, é primordial.

Ela abrange áreas como preferências dos clientes, melhores pontos comerciais, quantidade de demanda e de análise SWOT, um método de planejamento que engloba estudos de cenários para tomada de decisões, levando em conta quatro fatores: strengths, weaknesses, opportunities e threats. Ter uma boa assessoria que ajude neste passo a passo, como a Investor, fará toda diferença.

Identificar se o negócio é viável ou não é o primeiro passo para iniciá-lo. E é exatamente isso que o estudo de viabilidade financeira vai apontar para que o investidor comece seu negócio à frente dos seus concorrentes. Para isso é importante:

– Projetar as receitas, através da análise de mercado, para trabalhar com números reais. Nesta etapa é importante estimar o crescimento das receitas, calculando os retornos no curto, médio e longo prazos;

– Calcular os custos, considerando as despesas fixas e as variáveis, bem como saber quanto será preciso produzir para se atingir a receita esperada;

– Projetar o fluxo de caixa, avaliando os valores que entram e saem da empresa diariamente;

– Computar diversos indicadores que facilitem a análise financeira. Entre eles a taxa mínima de atratividade (TMA), a taxa interna de retorno (TIR) e o payback.

Gostou de saber mais sobre viabilidade financeira? Então continue acompanhando o nosso blog para ficar por dentro de tudo o que acontece no mundo dos negócios!