É importante entender o que é orçamento de capital para organizar melhor os investimentos da sua empresa. Vejamos um exemplo:
Uma empresa, ao comprar uma nova máquina, por exemplo, está realizando um investimento. Empresas realizam investimentos constantemente. O processo de análise de tais investimentos exige muito cuidado devido à incerteza intrínseca dos mesmos.
Sendo assim, é essencial elaborar um orçamento de capital para quantificar os recursos a serem empregados e a estimativa dos fluxos de caixa que o investimento gerará, mesmo que ainda incertos.
Tal processo visa quantificar os recursos a serem empregados e mensurar os riscos envolvidos em cada alternativa de investimento, com o objetivo de analisar se o investimento vai obter retorno e se vai aumentar ou reduzir a riqueza da empresa.
Basicamente, o orçamento de capital visa responder dois questionamentos:
– O projeto de investimento é atrativo, isto é, tal projeto cria valor para a empresa?
– Dentre as opções de investimento disponíveis, qual (is) devo escolher?
Assim, é possível encontrar as melhores alternativas de investimento, ou seja, aquelas que aumentam o valor da empresa.
Logo, o orçamento de capital permite que a tomada de decisão seja a melhor possível visando o melhor aproveitamento de recursos e evitando o uso inadequado dos mesmos e possíveis prejuízos.
O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que serão obtidos com o projeto de análise.
Tais previsões devem ser as mais próximas possíveis da realidade, porém a incerteza na elaboração do orçamento de capital é elevada, dada a natureza intrínseca de investimentos.
Todo investimento de longo prazo sofre com a incerteza em relação aos cenários econômicos e políticos do futuro.
Toda empresa realiza investimentos constantemente e, para isso, deve avaliar minuciosamente cada projeto para aproveitar melhor seus recursos (que são limitados).
É aí que entra o orçamento de capital: ele avalia os recursos necessários para cada alternativa de investimento, como também os retornos esperados e seus possíveis riscos, analisando a real lucratividade de um projeto para a escolha da melhor alternativa.
Como os investimentos geralmente envolvem grandes volumes de capital e incertezas futuras, a tomada de decisão deve ser bem fundamentada a fim de evitar gastos ineficientes e decisões precipitadas com consequências desastrosas.
Além disso, o orçamento de capital é importante para:
– Aplicações a longo prazo: decisões de orçamento de capital são úteis para a organização no longo prazo, pois impactam diretamente a estrutura de custos e as perspectivas futuras da empresa, além de afetarem a taxa de crescimento da organização;
– Posição competitiva de uma organização: o orçamento de capital permite à empresa gerar previsões sobre seu futuro, o que tem um grande impacto na posição competitiva que a mesma ocupa;
– Projeção de caixa: o orçamento de capital permite à empresa ter conhecimento da quantidade de capital necessária em cada cenário;
– Maximização da riqueza: decisões corretas de investimento de longo prazo levam à maximização de riqueza da empresa através da melhor utilização de seus recursos;
– Previsibilidade de acontecimentos futuros.
Para elaborar um orçamento de capital é necessário:
– Analisar todos os investimentos necessários ao crescimento da empresa, ou seja, analisar tudo que a empresa precisa fazer para crescer e se fortalecer de acordo com o seu planejamento, missão e visão, bem como definir os investimentos que promoverão isso, projetando seus fluxos de caixa;
– Avaliar os investimentos principalmente através dos indicadores de Valor Presente Líquido, Payback, Payback Descontado e Taxa Interna de Retorno;
– Selecionar os projetos comparando a Taxa de Retorno do projeto (obtida após projetar os fluxos de caixa que contenham as entradas e saídas de dinheiro) com o custo médio ponderado de capital: se a taxa for maior que o custo, deve-se investir no projeto;
– Verificar a quantidade de recursos que será necessária: em alguns casos apenas o capital próprio basta, mas em alguns casos serão necessários recursos de terceiros;
– Avaliar as fontes de investimento (apenas se for necessário captar recursos externos): podem ser empréstimos em que não é necessário justificar o destino do dinheiro ou financiamentos em que existe tal necessidade.
– Payback simples: período de tempo necessário para que o investimento seja recuperado, ou seja, que as entradas de caixa se igualem ao valor do investimento (saídas de capital). O ideal são projetos que exijam menor tempo visto que quanto maior o horizonte temporal, maior o risco. Tal método não considera o valor do dinheiro no tempo e não indica a criação de valor, mas serve como medida de risco.
– Payback descontado: período de tempo necessário para recuperar o investimento avaliando-se os fluxos de caixa descontados, ou seja, considerando o valor do dinheiro no tempo. Aqui também, quanto menor o tempo, melhor. Apesar de considerar o valor do dinheiro no tempo, também não demonstra a criação de valor, apenas serve como medida de risco.
– Valor Presente Líquido (VPL): corresponde ao valor presente do fluxo de caixa líquido do projeto, descontado à Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Tal método demonstra a criação de valor de cada investimento trazida a valor presente, logo, se o VPL for positivo, o projeto cria valor (quanto maior o VPL, melhor).
– Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa que iguala as entradas de caixa ao valor investido, ou seja, aquela que zera o VPL. Se a TIR for maior que a TMA, o projeto cria valor, logo é atrativo.
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