Finanças corporativas

Fluxo de caixa: o que é, para que serve e como fazer

É indispensável que todo dono de negócio acompanhe as finanças da empresa por meio do fluxo de caixa.

Saber quanto dinheiro a sua empresa tem em caixa é uma informação que deve estar sempre bem atualizada. Afinal, só tendo esse conhecimento você pode fazer os investimentos necessários e prospectá-los.

Se você quer ter uma empresa de sucesso, continue lendo este artigo e confira o que é, quais os tipos e os 10 passos para montar um fluxo de caixa.

O que é o fluxo de caixa e para que serve?

De modo geral podemos dizer que o fluxo de caixa é um importante instrumento de controle financeiro. É nele que os gestores mantêm o registro de tudo o que entra e sai em um determinado período.

Dependendo do tipo de negócio, ele pode ser realizado diariamente, semanalmente ou até mensalmente.

No entanto, o mais indicado é que seja realizado o acompanhamento diário, a fim de mantê-lo sempre atualizado, garantindo uma visão mais real de como está a situação do negócio.

Ao elaborar o fluxo de caixa, o responsável deverá registrar todos os recebimentos (vendas à vista ou a prazo, entre outros) e todos os pagamentos (compras à vista, pagamentos de despesas, dentre outros).

Isso vale tanto para aqueles previstos para o dia, para a semana e até para o mês, caso essas compras e pagamentos tenham sido parcelados.

Dito isso, concluímos que o fluxo de caixa serve para acompanhar as entradas e saídas, ou seja, as transações financeiras em curto, médio e longo prazo, além de estabelecer previsões.

Somente por meio do fluxo de caixa é possível saber se o seu negócio está financeiramente saudável.

Qual a diferença entre fluxo de caixa e controle de caixa?

Muitas pessoas acabam confundindo o fluxo de caixa com o controle de caixa. Apesar de serem ferramentas parecidas, os seus objetivos são distintos.

O controle de caixa registra as movimentações financeiras da empresa, apresentando o saldo atual. Ou seja, é um sistema de organização mais simples, sem considerar as contas futuras.

Já o fluxo de caixa, ainda que também faça esse registro, ele vai além, prevendo as entradas e saídas de dinheiro que acontecerão em um período futuro, auxiliando no planejamento do gestor.

Quais são os tipos de fluxo de caixa?

Podemos dizer que existem diversos tipos de fluxo de caixa. Cada um oferece visões diferenciadas e detalhadas sobre a situação financeira do seu negócio.

Veja abaixo quais são os principais tipos e entenda em qual situação eles devem ser aplicados:

Fluxo de caixa operacional

O fluxo de caixa operacional contabiliza as transações financeiras relacionadas às operações responsáveis por manter a sobrevivência da empresa.

Isso significa que a ferramenta não contabiliza impostos, juros ou investimentos, somente os pagamentos e recebimentos essenciais para manter o empreendimento funcionando.

Aqui entram os gastos com abastecimento de estoque, pagamento de salários e contas, entre outros.

Por isso, ele é bastante recomendado para empresas menores que ainda não possuem processos financeiros complexos.

Fluxo de caixa direto

O fluxo de caixa direto é aquele em que o grupo das atividades operacionais é composto pelas movimentações de entrada e saída, apuradas através das diversas contas a pagar e a receber do Balanço Patrimonial (BP), em conjunto com a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

Para elaborar um fluxo de caixa pelo método direto é importante:

  • Identificar as contas no BP relacionadas com as de DRE;
  • Calcular o saldo final hipotético (saldo inicial da conta Balanço Patrimonial acrescido do valor da conta relacionada na Demonstração de Resultado do Exercício);
  • Fazer a comparação entre o saldo final hipotético com o saldo final real;
  • Verificar o impacto gerado no caixa.

Fluxo de caixa indireto

O fluxo de caixa indireto é aquele que mostra os resultados líquidos informados no DRE. Ou seja, ele considera o Balanço Patrimonial, reajustando o lucro obtido em determinado período de tempo a partir das amortizações, juros e depreciações.

É por meio desse tipo de fluxo que os contadores avaliam se a empresa obteve lucro ou prejuízo no período apurado.

Fluxo de caixa projetado

O fluxo de caixa projetado é aquele em que não são considerados valores inseridos no passado.

Sendo assim, o seu objetivo é prever as entradas e saídas de dinheiro para um período

futuro.

Esta é uma maneira de preparar o orçamento para futuros imprevistos, como falta de recursos, ou ainda planejar expansões e inovações com a previsão de renda positiva.

Fluxo de caixa livre

O fluxo de caixa livre é aquele que calcula a capacidade da empresa de gerar lucro em um prazo determinado.

Através dele é possível saber se haverá recursos sobrando para investir ou se faltará dinheiro para o pagamento das contas previstas.

Dessa maneira, a empresa consegue se planejar para a tomada de decisões inteligentes em relação ao cenário apresentado.

Fluxo de caixa descontado

O fluxo de caixa descontado, também conhecido pela sigla FDC, é um cálculo que determina o valor de um negócio.

Normalmente, ele é usado para os casos de venda da empresa ou ainda na captação de investidores.

Como o cálculo envolve a projeção do fluxo de caixa para um prazo futuro, subtraindo-se um valor referente aos possíveis riscos do investimento, ele consegue prever o retorno que pode ser obtido ao investir na marca.

Fluxo de caixa para investimentos

O fluxo de caixa para investimentos é uma aba localizada nos demonstrativos de fluxo de caixa de uma empresa.

Ela serve para que o investidor analise a quantidade de dinheiro que a empresa gasta com despesas de capital, como a aquisição de novos equipamentos ou qualquer outro ativo que necessite para manter a operação.

Também é nessa seção que estão as despesas com ativos fixos da companhia, lançadas com um número negativo, uma vez que representam gastos.

Além disso, ainda é possível observar a categoria de “demais itens de fluxo de caixa de investimentos”, que representa a soma de todo o dinheiro gasto e recebido pela compra e venda de ativos que geram receita.

Quando houver mais saída do que entrada, o número será negativo. Por outro lado, se houver mais entrada do que saída, o número será positivo.

10 passos para montar um Fluxo de Caixa

Agora que já falamos um pouco mais sobre para que serve e quais os tipos de fluxo de caixa, chegou a hora de passarmos um passo a passo para montar esse instrumento de controle para a sua empresa.

1- Identifique suas despesas

O primeiro passo para montar um fluxo de caixa é identificar as despesas da sua empresa.

Liste todas elas, tanto os custos fixos quanto os variáveis. Lembrando que os fixos são aluguel, salários, contas de luz, de água e de telefone, impostos e os demais que são geralmente iguais.

Já os variáveis são os que mudam conforme a produtividade, como custos com matérias primas, comissões, insumos e manutenção de equipamentos, entre outros.

2- Verifique o dinheiro em caixa

O próximo passo para montar um fluxo de caixa controlado e que contribua com a gestão do seu negócio é identificar a sua situação financeira. É importante, portanto, saber quanto dinheiro tem em caixa.

Para tanto, considere os custos dentro do período avaliado, como o mês, e subtraia do dinheiro que deve entrar nesse mesmo tempo, por conta das vendas. Considere ainda demais receitas que possam existir, como fundos de investimentos.

3- Controle as contas a pagar

A partir do conhecimento da situação financeira da sua empresa e dos custos mensais, é preciso controlar as contas a pagar mês a mês, para que os compromissos sejam todos pagos de forma adequada.

4- Controle as contas a receber

Da mesma forma, é preciso controlar as contas a receber que devem ser realizadas pelos clientes ao longo do mês. Como as datas de vencimento das contas a pagar e a receber não são para o mesmo dia, deve-se gerenciá-las a fim de manter o fluxo de caixa em dia.

5- Não pague contas com atraso

Mais um dos passos para montar um fluxo de caixa e gerenciá-lo de maneira apropriada é evitar pagar contas em atraso. Afinal, quando isso acontece, incidem juros e multas, ou seja, valores que poderiam ser economizados.

Ter tudo registrado e controlado evitam os esquecimentos. Além disso, contribui com a manutenção da boa reputação da sua empresa frente aos fornecedores e governo.

6- Evite a inadimplência dos clientes

Outra forma de manter a saúde do fluxo de caixa é criando procedimentos para quando os seus clientes não pagaram as suas dívidas. É importante sempre estar aberto a negociações, bem como ter o controle exato das contas não pagas.

7- Faça a conciliação bancária

Esse é mais um importante passo para montar um fluxo de caixa, porque consiste em checar se o dinheiro das contas bancárias da sua empresa condiz com o que tem registrado, referente às contas a pagar e a receber. Se houver discrepâncias é possível identificá-las e corrigi-las.

8- Não misture contas pessoais e empresariais

Um cuidado importante ao montar um fluxo de caixa é evitar que as suas contas pessoais se misturem às empresariais. Caso contrário, você pode acabar usando o dinheiro da sua empresa para as despesas pessoais, levando o seu negócio até mesmo à falência.

9- Planeje financeiramente o seu negócio

Seguindo os passos para montar um fluxo de caixa é possível fazer o planejamento financeiro adequado todos os anos, o qual deve ser revisado mês a mês. Isso contribui para a saúde da sua empresa como um todo, pois evitam-se as surpresas.

Você também pode buscar uma empresa especializada em soluções financeiras personalizadas para colocar tudo em dia e, depois, só crescer.

10- Tenha a ajuda de um software ERP

Além de profissionais capacitados com conhecimento profundo de finanças, as ferramentas tecnológicas são grandes aliadas da sua rotina e da sua equipe. É o caso de software ERP, que informatiza dados, conecta setores e automatiza procedimentos.

Assim, tudo é realizado com mais dinamismo, controle e segurança.

Como analisar o fluxo de caixa de uma empresa?

Já falamos sobre a importância do capital de giro, ou seja, a quantidade de dinheiro necessária para facilitar as operações e transações comerciais, para a análise do fluxo de caixa.

É por meio do cálculo da quantidade de capital de giro que conseguimos analisar de forma rápida a liquidez dos negócios durante o período contábil futuro.

De modo que, se o capital de giro parecer suficiente, o desenvolvimento de um orçamento pode não ser crítico. No entanto, se ele for insuficiente, o orçamento de fluxo de caixa pode mostrar problemas de liquidez no futuro.

Ao analisar o fluxo de uma empresa você tem uma visão detalhada da gestão financeira das operações, investimentos e financiamentos. Veja abaixo quais são os itens que compõem o fluxo de caixa:

  • Atividades operacionais: as entradas operacionais incluem todo o dinheiro recebido de vendas/contas a receber já pagas. E as saídas operacionais são os gastos com fornecedores, folha de pagamento dos funcionários, impostos não relacionados a investimentos ou financiamentos e amortização de ativos de negócios.
  • Atividades de investimento: esse item se refere à compra ou venda de ativos que não estão diretamente relacionados às operações do dia a dia. Entre eles podemos citar: imóveis, equipamentos de negócios ou valores mobiliários.
  • Atividades de financiamento: neste item deve ser relacionado pagamentos de empréstimos, emissão de ações, distribuição de dividendos, entre outros. No caso de empréstimo, ele fica registrado como entrada, porém cada pagamento deve ser registrado como saída.

Somente depois que você registrar todas as transações relevantes na demonstração do fluxo, será possível chegar ao saldo final.

Caso ele seja maior que o saldo inicial, você terá um fluxo positivo . No entanto, se for menor, você tem um fluxo  negativo.

Conclusão

Ficou muito claro nesse artigo que uma análise de fluxo de caixa de uma empresa requer conhecimento sobre finanças e controle rígido sobre os números, tanto de entrada quanto de saída.

Isso porque, qualquer dado que seja lançado errado pode trazer sérias consequências ao relatório final.

E uma maneira de evitar esse problema é tendo ao lado um especialista nessa área.

Para isso, a Investor conta com um time de profissionais especialistas em avaliações com foco no sucesso dos negócios. A experiência e seriedade no serviço, aliados à equipamentos de ponta, permitem a entrega de resultados precisos, eficientes e com agilidade. Saiba mais sobre nossos serviços.

Lembre-se que empresas de qualquer tamanho devem trabalhar com o fluxo de caixa para garantir o sucesso do negócio. Ficou com dúvidas? Baixe o nosso e-book com os 10 passos para montar o fluxo de caixa.

Autor convidado: Gestão Click

Entre em contato conosco!

 

Recent Posts

  • Newsletter

Ministério de Portos e Aeroportos lança planos setoriais com 1.500 projetos até 2035 – 12/12/2024

Índice Ministério de Portos e Aeroportos lança plano estratégico com 1.500 projetos até 2035 Decisão…

1 semana ago
  • Newsletter

Atlético-MG lidera ranking das SAFs mais valiosas do Brasil – 10/12/2024

Índice Atlético Mineiro lidera ranking das SAFs mais valiosas do Brasil Softplan adquire Runrun.it e…

2 semanas ago
  • Newsletter

Desafios para a carteira de leilões portuários – 04/12/2024

Índice Maior Carteira de Leilões Portuários da História Enfrenta Desafios para Atração de Concorrentes EcoRodovias…

2 semanas ago
  • Newsletter

Setor de tecnologia surpreende com M&As – 03/12/2024

Índice M&As no setor de tecnologia já superam as expectativas em 2024 Fleury adquire laboratório…

3 semanas ago
  • Finanças corporativas

CPC 34: Contabilização de Ativos Minerários na Exploração de Recursos

Índice O que é o CPC 34? Objetivo do CPC 34 Atividades Envolvidas na Exploração…

3 semanas ago
  • Newsletter

Governo Federal lança Programa de Otimização de Contratos de Concessão Rodoviária – 28/11/2024

Índice Governo lança programa para otimizar concessões rodoviárias ANTT marca audiência pública para concessão da…

3 semanas ago