Você já ouviu falar sobre o ajuste a valor presente?
Entender qual é o valor dos bens da empresa, bem como evolução ou abatimento das dívidas é fundamental para apresentar dados mais precisos a possíveis investidores.
Realizar essa análise e o cálculo específico para identificar os números de cada bem da instituição é fundamental – além de uma obrigação contábil importantíssima para se manter em dia com suas responsabilidades fiscais.
Quer aprender mais sobre o tema? Continue a leitura.
O AVP, Ajuste a Valor Presente, trata-se de um cálculo realizado para identificar o valor atual de um bem ou de uma operação na escrituração contábil, a partir do momento de sua publicação, e sempre respeitando a obrigação foi criada em 2007, pela Lei 11.638/2007, além das normas publicadas ao longo dos anos seguintes à lei.
É através do Ajuste a Valor Presente que conseguimos mostrar, por exemplo, o valor atual dos bens da empresa, bem como suas dívidas, para possíveis investidores ou outros interessados no mercado.
No entanto, é preciso se lembrar: o valor presente e o valor justo são coisas diferentes, apesar de ambos serem princípios contábeis igualmente importantes.
Por lei, o ajuste a valor presente é realizado em pontos de ativos e passivos que são oriundos das operações de longo prazo.
Os outros itens integrantes do balanço contábil, que são oriundos de operações de curto prazo, passarão por adaptações apenas quando houver algum efeito relevante.
Dessa forma, é correto afirmar que a avaliação dos bens e das dívidas serão sempre ajustadas quando se tratarem de questões de longo prazo. Em caso de curto prazo, apenas quando alguma mudança realmente significativa acontecer.
No caso das dívidas, caso algum débito seja renegociado, o passivo precisará ser trazido a valor presente durante a análise dos números.
No balanço contábil da empresa, deverão ser ajustados a valor presente as seguintes informações:
No entanto, é preciso se lembrar que de acordo com as normas internacionais de contabilidade, é proibido realizar descontos no valor presente para os valores de imposto de renda diferidos.
Essa proibição também se aplica à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), uma vez que não é possível determinar com maior precisão em quais datas os valores serão realizados.
Explicamos anteriormente o ajuste a valor presente. Agora é hora de entendermos o ajuste a valor justo, mais um princípio contábil importantíssimo para as empresas.
É comum que os empresários confundam esses dois princípios que, por vezes, podem parecer os mesmos. No entanto, existem diferenças fundamentais entre eles e é preciso que você as conheça.
O ajuste a valor presente é comumente utilizado para manter o valor do dinheiro atualizado no tempo, sempre considerando as questões como juros, desvalorização da moeda e inflação, por exemplo.
Nesse cálculo, são consideradas também todas as possíveis incertezas que envolvem os ativos e os passivos de uma empresa.
Sendo assim, sempre que houver entrada ou saída de dinheiro da empresa, com juros implícitos ou explícitos embutidos, o contador precisará realizar o ajuste a valor presente.
Já no caso do ajuste a valor justo, o valor do ativo poderá ser negociado.
Nesse modelo de ajuste, é possível, por exemplo, realizar uma negociação para quitar o valor de um passivo, como uma dívida, por exemplo.
Sendo assim, cada tipo de cálculo terá sua função e poderão ser aplicados em diferentes situações.
No entanto, é interessante que tanto o ajuste a valor presente quanto o ajuste a valor justo devem ser acompanhados, principalmente se a empresa possuir esses dois tipos de ativos e passivos em sua carteira.
Manter esse acompanhamento é fundamental para acompanhar as variações de valores que são, de fato, importantes para a instituição.
Ter esses cálculos contábeis em dia ajudará não só na análise de compra e venda de alguns papéis, por exemplo, como na transparência de dados para atrair possíveis investidores e esclarecer alguns dados para o mercado.
Principalmente quando pensamos no ajuste a valor presente, os dados não mentem: eles são fundamentais para manter os investidores atentos às possibilidades, além de aumentar a confiança diante dados transparentes e constantemente atualizados.
A contrapartida que pode existir no ajuste a valor presente é que, eventualmente, ocorre a redução do custo de um ativo adquirido, muitas vezes parcialmente, com o passivo.
Isso acontece, por exemplo, em casos de compra com um prazo anormal, um prazo sem juros ou imóveis que não possuem explicitação de encargos financeiros, por exemplo.
Uma outra possível contrapartida do ajuste a valor presente acontece quando alguns serviços são considerados como despesas ou como subvenção para um investimento.
Dessa forma, a contrapartida do ajuste a valor presente é a possibilidade de reduzir a receita de venda.
O cálculo do ajuste a valor presente pode acontecer de duas formas diferentes:
Vamos entender cada um deles separadamente.
O ajuste a valor presente de venda e compra é comumente realizado para corrigir o reconhecimento de despesas, receitas, estoques ou ativos imobilizados para que a venda e compra a prazo sejam devidamente calculados.
Essa modalidade também é utilizada para conseguir apropriar corretamente os encargos e o provisionar os juros, calculando assim a competência de emissão e entrada de título.
Veja um exemplo de cálculo de ajuste a valor de venda e compra:
Valor do título que está sendo analisado: R$1.500.000,00
Taxa: 3,5% ao mês
Data da emissão do título: 20/12/2016
Data de vencimento do título: 18/05/2017
Prazo em dias: 150 dias
A taxa de ajuste a valor presente de venda e compra é:
Ajuste a valor presente venda e compra = 1.500.000,00 * ((0,035/30) * 150)
Ajuste a valor presente venda e compra= 1.500.000,00 * 0,175
Ajuste a valor presente venda e compra = R$ 262.500,00
Ajuste a valor presente venda e compra = 1.500.000 / (1 + (3,5/100))^(150/30)
Ajuste a valor presente venda e compra = (1.500.000 / 1,187686305646875) = R$ 1.262.959,75
Ajuste a valor presente venda e compra = 1.500.000 – 1.262.959,75 = R$ 237.040,25
No caso do ajuste a valor presente mensal, esse tipo de cálculo é comumente realizado quando há necessidade de reconhecimento da receita e/ou despesa financeira, além da baixa de justos ou encargos a serem apropriados para cada detalhe do cálculo.
A intenção do ajuste a valor presente mensal é atualizar os valores correspondentes aos juros pelo financiamento de venda, por exemplo, ou de compras a prazo.
Veja um exemplo de cálculo de ajuste a valor presente mensal:
Competência do ativo que será analisado: 12/2016
Data da emissão do ativo: 20/12/2016
Último dia da competência: 31/12/2016
Valor acumulado do Ajuste a Valor Presente até o momento: R$ 1.262.959,75
Taxa: 3,5% ao mês
Prazo em dias: 11
Taxa de ajuste a valor presente para 11 dias: (1+(3.5/100))^((150-11)/30) = 1,172799%
A taxa de ajuste a valor presente mensal é:
Ajuste a valor presente mensal = 1.500.000,00 * (0,116667% * 11)
Ajuste a valor presente mensal = R$ 19.250,05
Valor do ajuste a valor presente acumulado = 1.500.000,00 / 1,172799
Valor do ajuste a valor presente acumulado = 1.278.991,44.
Saldo do ajuste a valor presente atual = 1.500.000,00 – 1.278.991,44
Saldo do ajuste a valor presente atual = 221.008,56
Ajuste a valor presente mensal por equivalência = Saldo do AVP Anterior – Saldo do AVP Atual
Ajuste a valor presente mensal por equivalência = 237.040,25 – 221.008,56
Ajuste a valor presente mensal por equivalência = R$ 16.031,69
O ajuste a valor presente é comumente aplicado em bens e dívidas a longo prazo, que terão mais tempo para serem depreciados ou abatidos, por exemplo.
No caso de itens de curto prazo, o ajuste a valor presente só será aplicável caso haja, de fato, algum efeito relevante.
O ajuste a valor presente é um cálculo que passou a ser obrigatório em 2007, de acordo com a Lei 11.638/2007.
Esse cálculo periódico é fundamental para identificar quais são os valores dos bens da empresa, além do valor das dívidas que existem na instituição, para oferecer mais transparência e passar mais confiança para possíveis investidores.
Para empresas que querem atrair mais investimentos, adquirir empréstimos ou até mesmo ter apenas mais controle desse tipo de dado internamente, a realização do ajuste a valor presente é fundamental.
Como dito anteriormente, é importante ressaltar que o ajuste a valor presente só é aplicado em ativos e passivos que possuem operações a longo prazo, ou no caso daqueles que, no curto prazo, sofreram efeitos relevantes.
O ajuste a valor presente só deve ser feito em ativos e passivos que possuem operações a longo prazo, ou no caso de ativos e passivos de curto prazo que sofreram efeitos relevantes.
No segundo caso, com efeitos relevantes, os cálculos devem ser realizados conforme os de longo prazo.
Importante, no entanto, pontuar essa informação: deixar claro que trata-se de uma operação a curto prazo mas que, de fato, passou por efeitos relevantes.
Como dito anteriormente, ativos e passivos estão sujeitos ao ajuste a valor presente.
São itens que devem ser ajustados a valor presente no balanço contábil:
Antes de explicarmos como contabilizar o ajuste ao valor de mercado, é importante entendermos esse conceito de AVM.
O ajuste ao valor de mercado (AVM) consiste em acompanhar as cotações variáveis da moeda.
Se você possui títulos a pagar a receber, por exemplo, de commodities, como milho ou trigo, é preciso se lembrar de que as cotações variam e que, por isso, é preciso realizar o ajuste ao valor de mercado ao fim de cada competência.
Esse valor deve ser registrado mensalmente, para identificar como está a cotação de compra ou venda do título, com uma atualização que pode ser negativa ou positiva, a depender do momento.
O cálculo do ajuste ao valor de mercado só poderá ser feito em títulos que:
Após a realização do cálculo, você poderá identificar os seguintes movimentos:
Como pudemos ver ao longo desse artigo, o ajuste a valor presente pode ser calculado para ativos e passivos que possuem operações a longo prazo.
No caso dos ativos e passivos de curto prazo, o cálculo só será realizado caso ocorram efeitos realmente relevantes nesses cenários.
É fundamental que o ajuste a valor presente seja realizado porque, além de ser previsto por lei desde 2007, também é uma excelente maneira de manter os dados da empresa atualizados e aumentar a segurança e confiança dos investidores na instituição.
Além disso, entender esses números significa, também, entender a realidade da empresa, o que dá aos gestores e contadores informações mais precisas para elaborar estratégias focando no crescimento e sustentabilidade da instituição.
A realização de uma auditoria, interna e externa, pode auxiliar a identificar esses números e se manter em dia com as obrigatoriedades fiscais e contábeis da instituição.
Por isso, sugerimos a leitura complementar do artigo Auditoria interna: Saiba como fazer uma passo a passo.
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