O valor em uso é um dos dois métodos existentes para cálculo do teste de impairment.
Você sabe o que é o teste de impairment?
É muito comum encontrarmos empresários e gestores que possuem dúvidas sobre as melhores formas de realizar o teste.
Afinal, existem dois que podem causar algumas dúvidas sobre qual utilizar: o Valor em Uso e o Valor Líquido de Venda.
Qual deles é a melhor alternativa para realizar o teste do impairment? Essa e outras dúvidas serão esclarecidas no artigo de hoje.
Continue a leitura.
O teste de impairment, ou também chamado de Teste de Recuperabilidade de Ativos, é um teste que tem como objetivo verificar se os ativos estão registrados contabilmente por valor que não exceda seu valor de recuperação, seja pelo uso ou pela venda.
O teste de impairment foi devidamente aprovado e definido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) através de um pronunciamento técnico (CPC 01), referente às Normas Internacionais de Contabilidade — IAS 36 (IASB).
Existem duas metodologias mais comuns utilizadas para cálculo do teste de impairment, ou Avaliação de Recuperabilidade de Ativos.
São elas:
Antes de entender melhor cada uma das metodologias de cálculo do teste de impairment, é importante pontuar que não existe um método correto e um errado. Tudo vai depender da empresa — e por isso essas duas alternativas são as mais interessantes, e variam conforme a instituição.
Caso, ocorram indícios de que os ativos sofreram perda por desvalorização, deve-se realizar o cálculo através dos dois métodos e a partir daí escolher aquele que possui maior valor para se comparar com o valor contábil. Porém, caso o primeiro método já aponte um valor superior ao contábil, não é necessário realizar pelo segundo.
O valor justo líquido de despesa de venda consiste em uma avaliação do ativo a partir da subtração das despesas estimadas caso o bem seja vendido.
É uma forma de avaliar qual seria o valor obtido pela venda daquele bem, já considerando todos os descontos necessários no momento da venda (transporte, comissões em vendas, embalagens, e outras possíveis variáveis).
Essa metodologia de teste de impairment é comumente utilizada para avaliar bens seguidos do trabalho de inventário e conciliação físico-contábil.
Já o valor em uso, por sua vez, avalia o valor atual dos fluxos de caixa futuros que são previstos pela empresa, através do uso de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa específica.
Através da metodologia do valor em uso, é possível realizar uma análise econômica através do fluxo de caixa descontado.
Nesse modelo, a empresa irá realizar uma projeção das possíveis entradas e saídas do caixa provenientes do uso do bem que está sendo avaliado pelos próximos cinco anos, sempre aplicando a taxa de desconto adequada para que essas avaliações de fluxo considerem o valor presente.
Essa metodologia é comumente utilizada para avaliar um conjunto dos ativos de uma empresa, por exemplo uma Unidade Gerador de Caixa ou de bens intangíveis por exemplo Ágio de Goodwill.
É preciso entender que não existe um método melhor do que o outro — tudo irá depender da empresa e suas particularidades.
Cada metodologia de cálculo de teste de impairment pode resultar em diferentes informações, e por isso é preciso analisá-los individualmente, para identificar qual se adequa melhor aos bens e às necessidades da sua empresa.
Para aplicar o valor justo de despesa de venda para realização do teste de Impairment, é preciso emitir um laudo chamado Laudo de Avaliação dos Bens Móveis, desenvolvido através das recomendações das normas ABNT – NBR 14653-Parte 5, GRAU II, seguindo todas as normatizações do IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia.
O laudo referente aos bens imóveis, chamado Laudo dos Bens Imóveis, foi desenvolvido também seguindo as recomendações da ABNT – NBR 14653-Parte 2 e todas as normatizações do IBAPE – Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia.
É importante que você realize os laudos com empresas especializadas porque é fundamental que eles sigam todas as especificações estabelecidas pela ABNT – NBR 14653, com as especificidades de cada tipo de bem.
Para realizar a emissão do Laudo de Avaliação é preciso que seja realizada o inventário de todos os itens que serão analisados, bem como a coleta das informações mais relevantes para que o controle do ativo seja feito de forma adequada.
Já no caso do método valor em uso para o cálculo de teste de impairment, será preciso calcular a rentabilidade futura do ativo que está sendo avaliado.
O CPC 01 determina que o valor em uso é o VPL, Valor Presente Líquido, dos fluxos de caixa futuros da empresa, que terão sua produção baseada nas unidades geradoras de caixa que estão sendo analisadas.
Dessa forma, é fundamental que os seguintes elementos estejam devidamente refletidos no cálculo do valor em uso do ativo analisado:
De acordo com CPC 01, a taxa de desconto deverá ser calculada antes dos impostos, refletindo a atual avaliação de mercado naquele momento:
É importante lembrar que uma taxa interessante refletirá as avaliações atuais do mercado em relação ao valor da moeda no tempo, além dos possíveis riscos que o ativo poderá trazer.
Essas informações são algumas das muitas consideradas pelos investidores ao tomar a decisão de investir em ativos que trarão um fluxo de caixa positivo estratégico considerando o tempo e o perfil de risco do investimento.
Para calcular essa taxa é interessante considerar as taxas implícitas nas transações de mercado atuais consideradas para ativos semelhantes, ou avaliar o custo médio ponderado de capital.
Para realizar o cálculo do teste de impearment é importante encontrar o valor recuperável do ativo.
Quando o valor contábil é maior que o valor recuperável, o ativo encontra-se supervalorizado na contabilidade. Isso significa que a empresa deverá reconhecer que houve uma perda no ativo.
Para isso, a empresa deverá realizar um ajuste para baixo e, por consequência, registrará um crédito em “impairment” na conta do Imobilizado, e um débito em “provisão para impairment” na conta de resultado.
Já quando o valor contábil é inferior ao valor recuperável, não será se pode realizar ajustes no Balanço Patrimonial da empresa.
Para que a empresa consiga fazer esse teste é preciso determinar o valor recuperável e, a partir daí, realizar o teste propriamente dito.
Para a execução do teste de impairment na prática vamos seguir o seguinte processo:
Para esse primeiro passo, iremos imaginar um bem imobilizado de uma fábrica em que o balanço patrimonial possui os seguintes valores de referência:
Com esse valor em mãos chegou a hora de determinar o valor recuperável. Para isso usaremos duas metodologias muito comuns: valor líquido de venda e o valor líquido de uso.
Considerando todas as informações que levantamos até aqui, conseguimos identificar que:
Comprando-se os dois valores encontrados em cada metodologia, percebemos que o Valor Justo Líquido de Despesas de Veda é o maior valor entre os dois métodos realizados. Sendo assim, o Valor recuperável do Ativo é de R$ 305.000,00.
Agora que já temos o valor recuperável devidamente definido, está na hora de realizarmos o teste de impairment (ou avaliação de recuperabilidade) e identificarmos a diferença entre o valor contábil e o valor recuperável do ativo.
Para isso, usaremos a seguinte fórmula:
Teste de Impairment = Valor recuperável do ativo – Valor contábil
Dessa forma, temos:
Ao realizarmos um cálculo simples, subtraindo o valor contábil do valor recuperável, alcançamos um Impairment (ou perda por desvalorização do ativo) de R$130.000,00.
Como o valor recuperável que encontramos nesse exemplo é menor que o valor contábil, podemos concluir que existe uma perda de R$130.000,00.
Para registrar essa perda no balanço patrimonial da empresa, é preciso transformar os dados da seguinte forma:
Uma vez que a empresa realizou o teste de Impairment, ou teste de recuperabilidade, é importante que a instituição divulgue algumas informações em notas explicativas, de forma clara e objetiva:
Para divulgar o resultado do teste de impairment, não é necessário que nenhum profissional específico seja responsável por assinar o laudo. No entanto, as boas práticas sugerem que um profissional de finanças e um técnico assinem os papéis.
Uma das maiores dúvidas entre os gestores empresários como determinar a melhor metodologia para o cálculo do teste de impairment.
A verdade é que não existe uma metodologia mais eficiente ou mais interessante do que a outra. Tudo irá depender da realidade da empresa, das suas demandas, do tipo de ativo que está sendo avaliado, e outras particularidades.
A forma mais inteligente de encontrar a metodologia mais apropriada para a sua empresa é contar com apoio de profissionais especializados na área. Para isso, você pode contar com a Investor Avaliações.
O teste de impairment, ou avaliação de recuperabilidade de ativos, é uma forma de identificar quais foram os níveis de deterioração dos ativos da instituição.
Para conseguir realizar o seu teste de forma eficiente e imparcial é preciso contar com apoio de profissionais capacitados.
Na busca por profissionais especializados e um parceiro capacitado, você pode contar com a Investor Avaliações.
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