Você sabe o que é DMPL? A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é um dos acompanhamentos fundamentais para realizar uma boa gestão da empresa, nos âmbitos administrativo, econômico e financeiro.
Para que a instituição consiga crescer de forma sustentável e eficiente, é preciso que a gestão das suas movimentações seja feita de forma correta, seguindo as melhores práticas e mantendo-se em dia com as obrigações contábeis e fiscais.
É fundamental usar de instrumentos e ferramentas que permitem entender as informações da empresa, fazendo com que todos os gestores e responsáveis por decisões estratégicas tenham transparência com os dados para atuarem efetivamente.
As demonstrações contábeis se tornaram fundamentais para essa função: é através dela que dados sobre a empresa são divulgados, e ajudam a mostrar como tem sido a evolução da empresa, além de avaliar a aplicação dos recursos disponíveis.
Para entender um pouco sobre a DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido), continue a leitura.
O que é DMPL?
A DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido) é um modelo de demonstração que substitui a antiga DLPA (Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados).
É através da DMPL que as movimentações que ocorreram com o patrimônio líquido da empresa são apresentadas, avaliando um período específico.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido passou a ser obrigatória a partir da Resolução n.º 1.185/2009, que tornou essa prática uma parte do conjunto de demonstrações que precisam ser divulgadas obrigatoriamente, junto à contabilidade.
A DMPL é conhecida por ser uma das demonstrações contábeis obrigatórias mais completas emitidas pelas empresas, apresentando todas as movimentações de patrimônio líquido do período definido para análise.
Como funciona a DMPL?
Ela substitui a tradicional DLPA, Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados, que deixará de ser necessária quando a empresa realizar a DMPL.
Qual o objetivo da DMPL?
A DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido) possui como objetivo a transparência das movimentações que foram realizadas durante o exercício das contas, no que diz respeito ao patrimônio líquido.
Nesta demonstração, são evidenciadas:
- as reservas de capital;
- os lucros;
- a reavaliação;
- o capital social da empresa;
- os lucros acumulados;
- os prejuízos acumulados.
Dessa forma, os gestores ou administradores da empresa poderão avaliar com dados mais organizados e transparentes se as contas estão equilibradas ou se existem gargalos que precisam ser resolvidos.
É através de uma boa análise que os responsáveis conseguirão estruturar um caminho mais preciso para alcançar os objetivos da empresa, além de permitir um crescimento mais sustentável e duradouro.
Para realizar uma boa DMPL, é importante seguir as regras estabelecidas pelas normas brasileiras de contabilidade, garantindo que todas as informações estarão fiéis à realidade, evitando más interpretações.
Para que serve a DMPL?
No entanto, um dos pontos de maior importância desse tipo de demonstração é a possibilidade de identificar as fontes de todas as reservas da instituição, além do que é produzido a partir do lucro da empresa.
É através dessa demonstração que são avaliados o crescimento ou redução da riqueza da empresa. Essa análise é fundamental para entender como estão as movimentações do patrimônio e, a partir daí, calcular os dividendos obrigatórios da instituição.
De acordo com a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) na instrução nº 59/1986, a DMPL é obrigatória para todas as empresas de capital aberto.
Essa obrigatoriedade acontece porque, a partir da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, os investidores conseguirão acompanhar todas as variações que ocorreram no patrimônio líquido da empresa.
Com esses dados, eles poderão entender os motivos dessas variações e, por isso, acabam tendo mais transparência e segurança nos seus investimentos da Bolsa de Valores.
O artigo 186 da Lei nº 6.404/1976 retira a obrigatoriedade de outros tipos de empresa apresentarem a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido periodicamente.
Por que a DMPL é importante para as empresas?
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que as empresas de capital aberto apresentem a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido para conseguir negociar o valor dos seus papéis.
Dessa forma, as empresas que pretendem vender ações na Bolsa de Valores com o intuito de arrecadar recursos serão obrigadas a apresentar a DMPL.
Afinal, é através desse documento que os investidores poderão avaliar as informações mais relevantes sobre as empresas e, por isso, aumentar a segurança de investir ou não em determinada instituição.
Os investidores, antes de decidirem onde inserir seus recursos, devem avaliar a DMPL e o balanço patrimonial, por exemplo. Existem casos em que outros documentos contábeis serão solicitados para a tomada de decisão.
Além do que diz respeito a investimentos, a DMPL pode ser fundamental em outros momentos da empresa.
É através desse documento que os gestores e tomadores de decisão terão uma visão muito mais transparente e precisa da realidade da empresa, podendo então projetar o potencial do negócio e decidir questões estratégicas para o futuro da instituição.
Dessa forma, é possível estabelecer metas e objetivos mais próximos da realidade da empresa, que são mais alcançáveis e que fazem sentido.
Em paralelo, também é possível observar onde estão os maiores gargalos e o que precisa ser melhorado no que diz respeito ao patrimônio líquido da instituição.
Assim, os responsáveis poderão traçar um plano de ação muito mais eficiente para resolver essas questões e aumentar a rentabilidade da instituição, através de ações muito mais focadas e direcionadas.
O que são mutações nas contas patrimoniais?
É através da DMPL que é possível ter uma visão muito mais precisa de como foi a gestão de recursos na empresa, com uma apresentação de dados detalhados sobre a variação desses recursos ao longo de um determinado período.
O acompanhamento das entradas e saídas de recursos é fundamental para garantir uma boa gestão da empresa e a distribuição adequada dos lucros entre os acionistas e sócios, além de manter as reservas abastecidas e geridas de forma eficiente.
As variações nem sempre irão alterar o patrimônio líquido da instituição, e é por isso que seu acompanhamento recorrente é fundamental para entender qual é a origem e qual é a aplicação dos recursos da instituição.
Entenda quais fatores podem causas mutações no patrimônio líquido da empresa:
Elementos que geram mutações no patrimônio líquido
Podem causar mutações no patrimônio líquido:
- acréscimo decorrente de lucro;
- redução decorrente de prejuízos;
- acréscimo por revisão dos ativos em caso de resultado credor;
- bônus resultantes de subscrição e alienação de beneficiários;
- redução por parcelas de lucro apurado;
- debêntures recebidos em prêmios;
- subvenções ou doações advindas de investimentos recebidos;
- acréscimo por venda de ações;
- redução por compra de ações;
- integralização e subscrição de capital da empresa;
- ajustes de registros contábeis antigos; etc.
Elementos que não geram mutações no patrimônio líquido
São elementos que não geram mutações no patrimônio:
- compensação de prejuízos através do uso de reservas da empresa;
- transferir reservas patrimoniais para as contas de prejuízos ou lucros acumulados pela instituição;
- a reversão de reservas patrimoniais às contas de prejuízos ou lucros acumulados;
- utilização de lucros e reservas para aumento de capital.
Como fazer DMPL passo a passo?
- Criação do modelo desejado
- Inclusão dos saldos de abertura
- Inclusão das mutações do patrimônio
- Verificação do total.
Existe uma estrutura para a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido que permite comparar quais são os saldos do patrimônio líquido da empresa no fim do período anterior com a situação atual.
É através dessa estrutura que as alterações são apresentadas durante todo o ano, e os saldos finais do período atual ficam em evidência.
É preciso, portanto, seguir essa estrutura para a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, que irá melhorar a compreensão dos números da empresa e permitir que os envolvidos saibam sobre a destinação dos lucros da empresa.
1. Crie o modelo desejado
Para fazer a sua Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, o primeiro passo é criar o modelo que será utilizado.
Esse modelo deverá incluir:
- saldos anteriores;
- saldos atuais;
- reservas;
- dividendos;
- demais dados relevantes para a empresa.
É interessante que essa tabela seja criada de forma intuitiva e de simples interpretação. Ao seguir as instruções da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), você conseguirá manter todos os itens obrigatórios no seu modelo de controle, reduzindo as chances de erros ou falta de informações relevantes.
2. Adicione os saldos de abertura
Uma vez que você já definiu qual será o modelo da sua Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, é hora de adicionar os saldos de abertura nas respectivas linhas do documento.
Após realizar essa inclusão de informações, é hora de somar os valores e preencher a coluna referente ao total obtido.
3. Inclua as mutações do patrimônio
A próxima etapa é adicionar ou subtrair todas as movimentações financeiras que ocorreram nas contas da empresa durante o período que está sendo analisado.
É preciso se lembrar de incluir todas as contas da empresa, adicionando as linhas de acordo com a necessidade.
4. Verifique o total
Para fechar a sua Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, é hora de calcular todos os valores de acordo com cada coluna.
Os resultados desse total deverão coincidir com os saldos do balanço.
Coloque os resultados na coluna referente ao total.
O que é DLPA?
A DLPA, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, é um tipo de relatório contábil que atua na avaliação do patrimônio líquido de uma empresa.
É através da DLPA que a contabilidade irá apresentar as mudanças patrimoniais da instituição em detalhes, pontuando também as variáveis e todas as mudanças que ocorreram.
A DLPA se assemelha muito ao conceito de DMPL, e é importante pontuar que a DMPL veio para substituir a DLPA, tornando esse segundo relatório facultativo, visto que o DMPL é a versão obrigatória de Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Qual é o objetivo da DLPA?
A DLPA, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, consiste em um tipo de controle financeiro para as empresas, e permite que os responsáveis consigam identificar o cenário em que a instituição está, e a partir daí tomar decisões mais assertivas.
O objetivo da DLPA é trazer todas as informações referentes à variações de caixa da empresa para mostrar em quais momentos houveram mais prejuízos e lucros.
A ideia é que, com essa Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, é possível criar um planejamento empresarial muito mais eficiente, pautado em números e com foco em resultados mais factíveis para a realidade do negócio.
Diferenças e semelhanças entre DLPA e DMPL?
A DLPA se tornou uma “parte” da DMPL, uma vez que em uma coluna da DMPL é possível identificar a lista dos lucros e prejuízos que foram acumulados pela empresa.
Dessa forma, no que diz respeito à obrigatoriedade na apresentação de documentos contábeis, as empresas deverão apresentar apenas a DPML aos acionistas ou possíveis interessados, quando necessário.
A DLPA irá apresentar os cálculos e informações importantes para empresa, como:
- os ajustes dos exercícios anteriores;
- o saldo inicial do exercício;
- o som do lucro do exercício;
- o aumento por reversões das reservas do PL;
- a diminuição em transferência para reservas do PL;
- o pagamento de dividendos da empresa.
O que é DFC?
A DFC, Demonstração de Fluxo de Caixa, consiste em um relatório contábil que irá apresentar todas as entradas e saídas da instituição dentro do período avaliado.
É importante pontuar que, apesar do nome remeter apenas ao fluxo de caixa, esse documento inclui não só as variações do caixa propriamente dito, como também as contas bancárias e aplicações da empresa que possuem liquidez imediata.
Quais são as diferenças e semelhanças entre DMPL e DFC?
É comum que para algumas pessoas os conceitos de DMPL e DFC acabem se misturando.
Existe uma relação entre esses dois documentos, mas também existe uma grande diferença que precisa ser entendida para que eles não se misturem.
A DFC, como explicado, irá apresentar as entradas e saídas do caixa da empresa, bem como o resultado dessas variações.
A DFC precisa ser realizada por todas as empresas de capital aberto, ou empresas que possuam um patrimônio líquido acima de R$2 milhões.
Por outro lado, a DMPL irá funcionar como uma complementação ao balanço patrimonial realizado pela empresa, como o DFC.
É através da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido que será possível avaliar as condições do patrimônio dentro do período analisado.
Para uma empresa de capital aberto, a DMPL é um documento contábil obrigatório, e que precisa estar ao dispor dos acionistas e investidores sempre que possível necessário, para consulta sobre a situação da instituição.
Como analisar uma DMPL?
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é fundamental para identificar as informações mais relevantes da empresa no que diz respeito ao patrimônio líquido e alocação de recursos.
Para analisar uma DMPL, você precisa identificar os dados que precisam compor o documento e avaliá-los de forma imparcial, para identificar todas as mutações do patrimônio líquido da empresa.
Durante a elaboração de uma DMPL, é possível identificar informações que são muito relevantes para a empresa e que, agora, de forma organizada, poderão ser analisadas com mais facilidade.
São esses dados:
- as reservas de capital;
- os lucros;
- a reavaliação;
- o capital social da empresa;
- os lucros acumulados;
- os prejuízos acumulados.
Conclusão
Trata-se de um documento contábil fundamental para a entrada de novos investidores na instituição, uma vez que é necessário analisar alguns dados da empresa antes de decidir onde alocar capital.
Na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido são evidenciadas informações como: os prejuízos acumulados, os lucros acumulados, a reavaliação da empresa, os lucros, as reservas de capital e o capital social da instituição.
Essas informações são muito relevantes para os acionistas e possíveis novos investidores que, por ventura, se interessem na empresa.
Para os empresários, por sua vez, entender esses números é importante para conseguir visualizar como estão sendo usados os recursos da empresa e, a partir daí, criar um planejamento mais eficiente para os próximos meses.
Manter em dia a rotina de documentos contábeis é fundamental para manter a empresa dentro das obrigatoriedades legais e do fisco. Por isso, contar com um profissional especializado é fundamental.
Você sabe como funciona e o que é uma consultoria tributária? Ter um especialista para auxiliar nos processos da empresa é fundamental para manter as rotinas em dia e transformá-la em uma excelente alternativa para investidores.
Quer aprender mais sobre o tema? Confira nosso artigo Consultoria tributária: o que é, como funciona e vantagens.
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