Índice
- 75% das fusões e aquisições fracassaram nos últimos 40 anos
- Empresas brasileiras buscam IPOs nos EUA em meio à crise de aberturas no Brasil
- GEF e Vinci adquirem Logvett e expandem atuação em logística de saúde
- General Atlantic planeja investir até US$ 8 Bilhões em 2024
- Tractian em busca de US$ 120 milhões para expansão global
- TC vende Economatica para Reag Investimentos por R$ 60 milhões
- Cogna aprova emissão de debêntures no valor de R$ 500 Milhões
- CVC aprova recompra de até 15,8 milhões de ações
75% das fusões e aquisições fracassaram nos últimos 40 anos
Estudo realizado com base em 40 mil fusões e aquisições (M&As) ao longo de 40 anos revelou que 70-75% dessas transações falham em atingir seus objetivos principais, como aumento das vendas, redução de custos ou valorização das ações das empresas compradoras. Embora as aquisições sejam um processo comum no mundo corporativo, com mais de 5.000 transações anuais globalmente, totalizando cerca de US$ 2 trilhões, a realidade é que muitas delas não geram o retorno esperado.
Entre as aquisições recentes de destaque em outubro de 2024 estão a compra de ativos de xisto da Chevron pela Canadian Natural Resources por US$ 6,5 bilhões, a aquisição da Convestro pela Adnoc (Emirados Árabes Unidos) por US$ 16,4 bilhões, a absorção da Siete Family Foods pela PepsiCo por US$ 1,2 bilhões, a aquisição da McGriff Insurance pela Marsh McLennan por US$ 7,8 bilhões e a compra da Arcadium Lithium pela Rio Tinto por US$ 6,7 bilhões. Esses números são apenas uma amostra das transações que acontecem anualmente.
Apesar do alto volume de aquisições, a maioria delas não alcança os resultados desejados. Segundo um estudo detalhado, as falhas acontecem principalmente por decisões apressadas, onde os CEOs, sob pressão para reverter quedas nas vendas ou perda de competitividade, optam por aquisições como uma solução imediata, muitas vezes sem considerar alternativas mais estratégicas, como parcerias ou desenvolvimentos internos. Isso leva a compras de empresas que não são adequadas para o comprador, com preços inflacionados e uma integração mal planejada, prejudicando o desempenho a longo prazo.
O estudo também identificou uma série de fatores que contribuem para o fracasso das M&As. Entre os principais estão a escolha de alvos muito grandes, o que dificulta a integração e exige grande endividamento; aquisições de empresas de setores diferentes, que não geram sinergias e, muitas vezes, falham em criar valor; e a compra de empresas em dificuldades operacionais, sob a falsa premissa de que os problemas podem ser facilmente resolvidos.
Outro ponto crítico são os incentivos desalinhados dos CEOs, que muitas vezes recebem bônus substanciais pela simples realização de uma aquisição, em vez de focarem no sucesso da integração. Isso resulta em aquisições que são vistas mais como uma estratégia para garantir a permanência no cargo, do que como uma ação para criar valor real para a empresa.
A conclusão do estudo é clara: os executivos precisam repensar suas estratégias de M&A, colocando mais ênfase na pesquisa, planejamento e integração das aquisições. A taxa de falhas de 70-75% é insustentável e um alerta para a necessidade de maior diligência e uma abordagem mais criteriosa para realizar aquisições mais bem-sucedidas.
Resumo da operação:
Alta taxa de falha em aquisições: 70-75% das fusões e aquisições falham em atingir seus objetivos financeiros e estratégicos, como aumento de vendas e valorização das ações.
Exemplos de aquisições recentes: Em outubro de 2024, empresas como a Canadian Natural Resources, Adnoc, PepsiCo, Marsh McLennan e Rio Tinto realizaram aquisições significativas, com valores variando entre US$ 1,2 bilhão e US$ 16,4 bilhões.
Fatores que contribuem para o fracasso: Decisões apressadas, escolha de alvos grandes ou com dificuldades financeiras, aquisições em setores diferentes (sem sinergias) e incentivos desalinhados para os CEOs são os principais motivos pelas altas taxas de falhas em M&As.
Empresas brasileiras buscam IPOs nos EUA em meio à crise de aberturas no Brasil
O mercado de IPOs nos Estados Unidos está em alta, com a previsão de 200 novas empresas abrindo o capital em 2024, um aumento de 30% em relação ao ano passado. Uma dessas empresas é a Brazil Potash, que estreou recentemente na Bolsa de Nova York. Em contraste, o Brasil vive uma “seca” de IPOs: não houve nenhuma oferta pública no país em 2022, 2023 e, até agora, em 2024.
Diante disso, várias empresas brasileiras, que esperavam abrir o capital no Brasil, estão buscando alternativas, como aumentar seu endividamento ou buscar a bolsa americana. Entre as que estão considerando essa opção estão a Compass, braço de gás e energia da Cosan, e a Votorantim Cimentos. Ambas têm o porte necessário para listar suas ações nos EUA, onde as ofertas costumam ser maiores, com o valor médio de US$ 380 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) em 2024.
No entanto, as duas empresas são vistas como “joias da coroa” de seus conglomerados e, por isso, seus controladores são muito exigentes em relação ao preço e ao momento ideal para realizar o IPO. A Compass, por exemplo, após tentar um IPO na B3 sem sucesso, fez uma operação privada em setembro, levantando R$ 2,25 bilhões. O mercado americano, especialmente para pequenas empresas, tem mostrado grande apetite, o que pode ser uma janela de oportunidades para essas empresas.
Resumo da operação:
Alta demanda por IPOs nos EUA: O mercado americano terá 200 IPOs em 2024, 30% a mais do que no ano passado, e a Brazil Potash já estreou na Bolsa de Nova York.
Empresas brasileiras de olho no mercado americano: A Compass e a Votorantim Cimentos são fortes candidatas a abrir o capital nos Estados Unidos, devido ao seu porte e ao apetite do mercado americano por empresas de diferentes setores.
Alternativas no Brasil: Com a seca de IPOs no Brasil, algumas empresas, como a Compass, buscaram alternativas, como operações privadas de venda de ações, enquanto outras optaram por emitir títulos de dívida no mercado internacional.
GEF e Vinci adquirem Logvett e expandem atuação em logística de saúde
A GEF Capital Partners e a Vinci Partners compraram 100% da Logvett, empresa de logística focada na indústria de saúde animal. O objetivo é expandir a atuação para o setor de saúde em geral, com investimentos que devem chegar a R$ 800-900 milhões, incluindo a aquisição de pelo menos duas outras empresas.
A transação, que ainda precisa da aprovação do Cade, é conduzida pelo fundo GEF Latam Climate Solutions III e pela holding Hakone Participações Societárias, da Vinci. A Logvett oferece serviços de armazenamento e transporte de medicamentos, vacinas e produtos para animais. Após a compra, seus sócios permanecerão como minoritários na nova empresa que será formada.
Este é o quinto investimento do fundo GEF Latam, que já investiu em empresas como a Automalógica, Lar Plásticos, HCC Energia Solar e GR Water.
Resumo da operação:
Aquisição da Logvett: GEF e Vinci compram 100% da Logvett, especializada em logística para a saúde animal, com planos de expandir para o setor de saúde em geral.
Investimentos planejados: A operação envolve R$ 800-900 milhões e a compra de mais empresas para ampliar o escopo, com foco no setor de saúde.
Diversificação do fundo GEF: Este é o quinto investimento do GEF Latam Climate Solutions III, que já tem aportes em setores como energia solar e reciclagem.
General Atlantic planeja investir até US$ 8 Bilhões em 2024
A General Atlantic vai investir entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões em 2024, o dobro do valor investido no ano passado, aproveitando um momento único no mercado. Após um período de juros altos e dificuldades de captação, muitas empresas estão sendo vendidas por valores abaixo de seu potencial, o que abre oportunidades de compra vantajosas.
A gestora tem direcionado 50% dos seus investimentos para os Estados Unidos, 25% para a Europa e 25% para mercados emergentes, com especial atenção para a Índia, que está em um momento favorável devido a reformas fiscais e consolidação no setor de telecomunicações. Por outro lado, a China tem gerado incertezas, levando a uma redução dos investimentos no país.
Embora o Brasil tenha oferecido bons retornos nos últimos anos, o mercado perdeu atratividade para investidores estrangeiros devido ao risco fiscal e à alta carga tributária. No entanto, espera-se que a reabertura de IPOs nos Estados Unidos possa reaquecer também o mercado brasileiro nos próximos anos. A empresa vê oportunidades no setor de saúde e inovação ambiental no país.
Resumo da operação:
Investimentos da General Atlantic: A empresa planeja investir entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões em 2024, aproveitando empresas com valor de venda abaixo de seu potencial.
Foco na Índia e redução na China: A gestora está aumentando seus investimentos na Índia, enquanto diminui a exposição à China devido a incertezas comerciais e internas.
Brasil perde atratividade: Apesar de bons retornos passados, o Brasil perdeu o interesse de investidores estrangeiros devido à alta carga fiscal e ao risco econômico, mas pode voltar a ser atrativo com a reabertura de IPOs.
Tractian em busca de US$ 120 milhões para expansão global
A Tractian está negociando uma rodada de investimento de pelo menos US$ 120 milhões, com liderança do fundo americano Sapphire, que contribuirá com ao menos US$ 50 milhões. Outros investidores já presentes na empresa, como a General Catalyst e a Upload Ventures, também devem participar. A startup de inteligência artificial, especializada em monitoramento de máquinas e processos industriais, está avaliada entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões.
Em apenas dois anos, a empresa saltou de US$ 7 milhões em receita para US$ 40 milhões, com cerca de 30% de suas vendas provenientes do mercado externo. A Tractian continua sua expansão, especialmente nos Estados Unidos, e contribui para a eficiência das empresas com soluções de IoT (Internet das Coisas).
Resumo da operação:
Rodada de investimento: A Tractian está negociando um aporte de US$ 120 milhões, liderado pela Sapphire, com participação de outros fundos.
Valuation e crescimento: A empresa está sendo avaliada entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões, com crescimento de sua receita de US$ 7 milhões para US$ 40 milhões em dois anos.
Expansão internacional: Com quase 30% de sua receita vinda do exterior, a Tractian está fortalecendo sua presença no mercado dos EUA.
TC vende Economatica para Reag Investimentos por R$ 60 milhões
O TC, anteriormente conhecido como TradersClub, anunciou a venda de sua participação na Economatica para a Reag Investimentos por R$ 60 milhões. O valor da transação é 40% maior do que o que o TC pagou pela tradicional empresa de informações financeiras em 2021. A negociação, que começou há seis meses, aconteceu após um movimento similar, quando a Reag comprou a RI Prisma do próprio TC.
A venda da Economatica será realizada em duas etapas. Na primeira, a Reag Investimentos adquirirá 49,9% da empresa, com o pagamento sendo feito à vista. A transação reflete uma estratégia de mercado que o TC identificou como positiva, permitindo que a empresa direcione o montante recebido para expandir sua operação no setor de corretagem. A TC destacou que os recursos obtidos serão usados para escalar a corretora da empresa, que está programada para ser lançada no ano que vem.
Resumo da operação:
Venda da Economatica: O TC vendeu a Economatica para a Reag Investimentos por R$ 60 milhões, sendo esse valor 40% maior do que o valor pago pela empresa em 2021.
Transação em duas etapas: A primeira parte da negociação envolverá o pagamento à vista da compra de 49,9% da Economatica pela Reag.
Uso estratégico dos recursos: O TC irá investir o capital obtido com a venda na expansão de sua corretora, com o lançamento previsto para o ano de 2025.
Cogna aprova emissão de debêntures no valor de R$ 500 Milhões
A Cogna Educação (COGN3), uma das maiores empresas do setor educacional no Brasil, anunciou a aprovação de sua 14ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, para captar até R$ 500 milhões. A decisão foi tomada pelo conselho de administração da companhia e refere-se a títulos da espécie quirografária, ou seja, que não possuem garantia real, sendo classificados como um compromisso da empresa com seus credores.
A emissão será composta por 500 mil debêntures, com valor nominal unitário de R$ 1.000, o que corresponde ao montante total de R$ 500 milhões. Os títulos terão um prazo de 5 anos, com vencimento previsto para 19 de novembro de 2029. Durante este período, os investidores receberão uma remuneração baseada na variação do DI (taxa de juros interbancária), acrescida de uma sobretaxa anual de 1,60%.
Esse tipo de operação é uma estratégia utilizada pela Cogna para levantar recursos no mercado, geralmente com o objetivo de financiar suas atividades, realizar investimentos ou fortalecer seu caixa. O uso de debêntures é uma alternativa ao financiamento bancário, especialmente em momentos em que a empresa busca otimizar sua estrutura de capital sem diluir sua participação acionária.
Resumo da operação:
Emissão de R$ 500 Milhões: A Cogna aprovou a emissão de 500 mil debêntures, totalizando R$ 500 milhões, com valor unitário de R$ 1.000 por título.
Vencimento e Prazo: Os títulos terão vencimento em 19 de novembro de 2029, com um prazo de 5 anos. Durante esse período, a empresa se compromete a pagar aos investidores a remuneração acordada.
Rentabilidade da Emissão: Os títulos emitidos pela Cogna oferecerão aos investidores 100% da variação do DI, com uma sobretaxa de 1,60% ao ano, representando uma rentabilidade adicional em relação à taxa básica de juros do mercado.
CVC aprova recompra de até 15,8 milhões de ações
O Conselho de Administração da CVC (CVCB3) aprovou um novo programa de recompra de até 15.767.732 ações da companhia, o que corresponde a cerca de 3% do total de papéis em circulação. A medida visa aumentar o valor para os acionistas, já que a empresa acredita que o preço atual das ações não reflete seus fundamentos, ativos e as perspectivas de geração de resultados.
O programa de recompra será realizado entre 1º de dezembro de 2024 e 1º de junho de 2026, com o objetivo de fortalecer a valorização das ações no mercado.
Atualmente, a CVC possui 522.928.607 ações em circulação.
Resumo da operação:
Valor da Recompra: A CVC aprovou a recompra de até 15,8 milhões de ações, o que representa cerca de 3% do total de papéis da empresa.
Objetivo do Programa: O objetivo é aumentar o valor para os acionistas, considerando que o preço atual das ações não reflete adequadamente o potencial da companhia.
Prazo da Recompra: O programa de recompra será realizado entre 1º de dezembro de 2024 e 1º de junho de 2026, em um prazo de 18 meses.
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