Você já ouviu falar sobre ativo realizável a longo prazo?
Entender quais são os tipos de ativos dentro de uma empresa é fundamental para manter o balanço patrimonial devidamente feito, bem como entender as particularidades da instituição.
Os ativos de uma empresa são tudo aquilo que pode ser convertido, de alguma forma, em dinheiro: o próprio fluxo de caixa, o estoque de uma empresa, os veículos, maquinário e outros itens são considerados ativos.
No entanto, existem diferentes tipos de ativos, e entender cada um deles é fundamental para que a sua empresa consiga prestar contas e os gestores sejam capazes de, com as informações adequadas, tomar decisões mais estratégicas.
No artigo de hoje decidimos falar sobre o ativo realizável a longo prazo, explicando o que é, como ele funciona, quais são suas classificações e, claro, apresentando alguns exemplos.
Quer saber mais sobre o tema?
Continue a leitura.
O que é ativo realizável a longo prazo?
O ativo realizável a longo prazo consiste em um conjunto de bens e direitos que só poderão ser realizados no próximo exercício contábil, como o balanço patrimonial.
Esses valores não estão em circulação dentro da empresa: entrarão no próximo ano, mas já podem ser previstos tanto no orçamento quanto no planejamento financeiro da empresa.
Dessa forma, esses ativos possuem um prazo de realização acima de um ano.
Os ativos como contas e direitos que possuem prazo de vencimento incerto ou indeterminado também podem ser considerados ativos realizáveis a longo prazo.
Além disso, o ativo realizável a longo prazo também é caracterizado por possuir maior liquidez.
São exemplos de ativo realizável a longo prazo: empréstimos, vendas, adiantamentos, recuperação de créditos fiscais e impostos, despesas antecipadas, investimentos em renda fixa com prazo acima de um ano, etc.
O que são ativos financeiros?
Para conseguirmos entender ao certo o que é um ativo realizável a longo prazo, precisamos compreender também o que são os ativos financeiros e como eles funcionam.
Os ativos financeiros são tudo aquilo que pode ser comprado, negociado, vendido e que, de alguma forma, resulte em algum tipo de retorno financeiro.
Os detalhes como balanço patrimonial, DRE e movimentação de caixa precisam ser considerados nos ativos.
Existem quatro tipos de ativos financeiros: ativos circulantes, ativos não-circulantes, ativos realizáveis de curto prazo e os ativos realizáveis de longo prazo.
Vamos entender cada um deles:
- ativos circulantes: são aqueles que se referem à movimentações financeiras, como pagamentos, estoque, fluxo de caixa, etc;
- ativos não-circulantes: são os bens e direitos da empresa que não possuem transações, como veículos, maquinários, terrenos, etc;
- ativos realizáveis de curto prazo: são aqueles valores circulantes, direitos realizáveis ou bens com vencimento até o ano seguinte;
- ativos realizáveis de longo prazo: são aqueles que se referem à movimentações semelhantes aos ativos circulantes, mas com período de término ou concretização de no mínimo um ano.
O que entra no Ativo Realizável a Longo Prazo?
Os ativos realizáveis a longo prazo são fundamentais para a realização de projeções financeiras na empresa, além de auxiliar na definição de metas.
Para conseguir ter mais controle do orçamento da empresa, é interessante ter uma estimativa de quais são os ganhos e gastos futuros, e é aqui que entra o ativo realizável a longo prazo.
Imagine uma empresa de bens e serviços chamada ABC. Ela possui um patrimônio bruto de aproximadamente R$50.000,00.
Nesse cenário, os ativos da empresa são divididos da seguinte maneira:
- ativos circulantes (estoque, recebimentos e caixa) — R$ 15.000;
- ativos não-circulantes (veículos, maquinário e instalações, por exemplo) — R$ 25.000;
Veja que os ativos realizáveis a longo prazo são recebidos em aberto, muito provavelmente compras a prazo que ainda entrarão, ou dividendos de investimentos que ainda serão recolhidos.
É importante lembrar que esses ativos realizáveis a longo prazo possuem um prazo maior para serem compensados, aparecendo apenas no próximo balanço da empresa.
Por que o Ativo Realizável a Longo Prazo é importante?
O ativo realizável a longo prazo é fundamental para conseguir identificar quais serão os gastos e ganhos futuros, para que os gestores consigam ter mais previsibilidade na hora de definir o planejamento e orçamento da empresa.
Esses ativos compõem o balanço patrimonial da empresa, e ajudam a analisar o desempenho da instituição, para a criação de um plano de ação mais estratégico focado no futuro.
Com um documento detalhado, com todos os ativos da empresa, é possível enxergar de forma mais clara qual é o potencial de lucro do negócio e, a partir daí, conseguir desenhar as metas e objetivos.
É importante se lembrar que a criação do balanço patrimonial, com todos os ativos, não é só uma excelente forma de gestão, mas também é obrigatório por lei para que todas as exigências legais da instituição sejam cumpridas.
O que caracteriza a classificação de uma conta no realizável a longo prazo?
Como dito anteriormente, o ativo realizável a longo prazo possui a mesma natureza do ativo circulante.
No entanto, a grande diferença entre esses dois grupos é que o ativo realizável a longo prazo possui um prazo maior para ser concluído.
São consideradas contas no realizável a longo prazo aquelas com término no exercício contábil seguinte, como derivados de vendas, empréstimos a sociedades coligadas, empréstimos a sociedades controladas, adiantamentos e outros, que não constituírem negócios usuais na exploração da empresa.
O que é Balanço Patrimonial?
Já citamos o balanço patrimonial ao longo desse conteúdo, como uma das peças mais importantes para a identificação, descrição e previsão de ativos realizáveis a longo prazo.
O balanço patrimonial consiste em um relatório contábil realizado para identificar a situação financeira de uma empresa da forma mais completa e transparente possível.
É através dele que a contabilidade e os gestores conseguem ter uma visão muito mais clara de quais são os direitos e bens de uma empresa, bem como suas fontes de renda e os investimentos da instituição.
Com esse documento, é possível não só manter a empresa em dia com as obrigações fiscais, como também usar como guia para a tomada de decisões mais estratégicas daqui para frente, considerando sempre os objetivos e metas da empresa.
Qual a importância do balanço patrimonial?
O balanço patrimonial, ou também conhecido como balanço contábil, é uma ferramenta utilizada para:
- identificar as fontes de recursos financeiros da empresa, bem como os investimentos e gastos realizados;
- analisar como está o comportamento financeiro da instituição;
- ser base para a tomada de decisões mais estratégicas;
- conseguir apresentar dados financeiros e contábeis para investidores;
- construir o planejamento tributário da empresa, identificando de forma mais clara quais são os tributos pagos e como reduzi-los.
Quando deve ser feito o balanço patrimonial?
O balanço patrimonial precisa ser feito todo ano, com um prazo de 12 meses entre cada um deles.
No entanto, caso seja necessário identificar esses dados antes desse prazo, é possível realizá-lo em um período mais curto.
A elaboração do balanço patrimonial é prevista por lei, de acordo com o § 1º do artigo 176 da Lei 6.404/76.
A lei define que, ao final de cada exercício social, as empresas precisam apresentar os demonstrativos financeiros, para prestação de contas.
A elaboração do balanço patrimonial deve ser feito por empresas tanto de pequeno, médio e grande porte, seguindo sempre as especificações de cada tipo de negócio.
Além disso, junto ao balanço patrimonial, é preciso também elaborar o Demonstrativos de Resultados do Exercício, conhecido como DRE.
É interessante ter o balanço patrimonial sempre em dia para conseguir apresentá-lo não só para a diretoria, como também em oportunidades de investimento.
Esse documento poderá ser acessado sempre que necessário e, apesar de ser realizado anualmente, também pode ser revisto periodicamente caso haja necessidade.
Qual a diferença entre Ativo Circulante e realizável a longo prazo?
Por serem semelhantes em muitas características, o ativo circulante e o ativo realizável a longo prazo podem se confundir.
É preciso entender cada um deles para conseguir identificar as diferenças e saber definir qual é o tipo de ativo que está sendo avaliado.
1. Ativo circulante
Tradicionalmente, o ativo circulante é definido por aquele que possui itens de maior liquidez.
São considerados as disponibilidades, como o dinheiro disponível em caixa, e os ativos realizáveis no curto prazo, como possíveis contas que serão recebidas com o prazo inferior a 12 meses.
Nessa lista, também são considerados ativos circulantes:
- os valores disponíveis nas contas bancárias das empresas;
- as contas a receber em curto prazo, como clientes que compraram e ainda não pagaram, mas vão acertar em menos de 12 meses;
- produtos disponíveis em estoques, que apesar de não terem alta liquidez, têm uma expectativa de venda dentro do próprio exercício;
- dinheiro disponível guardado dentro da empresa paga pagamentos pontuais e uso imediato.
2. Ativo realizável a longo prazo
O ativo realizável a longo prazo, por sua vez, como dito anteriormente, são os bens e direitos de uma empresa que serão finalizados no próximo exercício, e por isso ainda não entraram.
Esse ativo, assim como os ativos circulantes, também itens que possuem maior liquidez, se diferenciando apenas pelo prazo de entrega desses resultados.
Nesse cenário, os valores que entrarão nas contas da empresa após 12 meses serão considerados ativos realizáveis a longo prazo.
Esse prazo de entrada de 12 meses mínimo é a maior diferença entre o ativo realizável a longo prazo e o ativo circulante.
O que é ativo não circulante realizável a longo prazo?
O ativo não circulante realizável a longo prazo são aqueles itens de menor liquidez, e podem ser definidos como:
- investimentos;
- ativo imobilizado;
- ativo intangível.
Já explicamos do que se tratam os ativos realizáveis a longo prazo, e agora explicaremos os outros modelos de ativos de uma empresa que se enquadram em ativo não circulante realizável a longo prazo.
Investimentos
Os investimentos englobam as participações que a empresa possui e os investimentos que possuem como objetivo a geração de mais investimentos para a instituição.
Dentre os tipos de investimentos, destacam-se:
- ações;
- commodities;
- moedas;
- derivativos;
- negociação de imóveis e propriedades;
- obras de artes;
- bens e direitos negociáveis;
- ouro;
- máquinas e equipamentos;
- bens de capital;
- imóveis;
- participações societárias; etc.
No caso dos investimentos variáveis, a provisão de perdas entra como fator redutor em alguns ativos.
Ativo Imobilizado
Os ativos imobilizados também são um tipo de ativo não circulante realizável a longo prazo, e inclui os bens físicos e tangíveis de uma empresa, que serão utilizados na execução das atividades da empresa no dia a dia.
Esses ativos imobilizados atuam como a estrutura necessária para que a operação da empresa continue ativa.
São exemplos de ativos imobilizados:
- imóveis da empresa, como edificações, propriedades, prédios e terrenos;
- as máquinas, equipamentos e ferramentas da empresa;
- os móveis e utensílios;
- veículos da empresa;
- recursos naturais exploráveis, como florestas, jazidas e minas, por exemplo.
Esses ativos imobilizados possuem o fator de depreciação e exaustão, que devem ser considerados na realização do balanço patrimonial.
O desgaste pelo tempo de uso e o esgotamento pela exploração irão entrar como fatores redutores no valor dos ativos aos quais esses fatores se aplicam.
Ativo Intangível
Por fim, os ativos intangíveis são os bens e direitos que não existem fisicamente na empresa, mas que mesmo assim possuem algum valor econômico e são capazes de contribuir financeiramente para a empresa.
Os ativos intangíveis podem ser:
- o direito de exploração;
- tecnologias e processos de produção;
- patentes registradas;
- nome da empresa;
- marcas;
- logotipos;
- domínios de internet;
- direitos autorais;
- propriedade intelectual; etc.
É possível que esses fatores sofram desvalorização pelo tempo de uso do ativo, e essa amortização entrará nos registros como fator redutor no valor dos ativos aos quais se aplica.
Que tal alguns exemplos de Ativo Realizável a Longo Prazo?
Como explicado anteriormente, os ativos realizáveis a longo prazo são aqueles que possuem um prazo incerto, prazo indefinido ou que só poderão ser realizados no próximo balanço patrimonial, ou em um prazo superior a 360 dias.
Tendo isso em mente, podemos considerar exemplos de ativo realizável a longo prazo:
- empréstimos realizados, independente do prazo;
- adiantamos ou vendas, independente do prazo;
- despesas antecipadas de longo prazo;
- aplicações e depósitos em investimentos de renda fixa, com vencimento acima de 12 meses;
- recuperação de impostos;
- recuperação de créditos fiscais;
- contas de longo prazo que serão recebidas com um prazo a partir de 12 meses.
Assim como os ativos circulantes, os ativos realizáveis a longo prazo possuem maior liquidez, mas é fundamental que o prazo de conclusão seja de no mínimo 12 meses.
Conclusão
O ativo realizável a longo prazo é um tipo de ativo semelhante ao ativo circulante que possui um prazo de realização e conclusão de no mínimo um ano.
É importante que a empresa mantenha todas as rotinas contábeis em dia, com o máximo de precisão e transparência para conseguir usar as informações e dados levantados de forma estratégica futuramente.
Considerar os ativos realizáveis a longo prazo é necessário para conseguir ter mais previsibilidade de possíveis gastos e ganhos que entrarão no próximo balanço e, a partir daí, definir as ações mais estratégicas da empresa.
Com uma análise mais clara da situação, a empresa poderá melhorar seus resultados, reduzir seus custos e encontrar formas mais eficientes de aumentar a sua rentabilidade.
Entender os ativos e descobrir como torná-los cada vez mais rentáveis para a empresa é fundamental.
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