Talvez você já esteja familiarizado com o conceito, mas como explicar o que é ativo intangível para alguém que acabou de adquirir interesse pelo assunto?
Primeiro, ativo é um recurso controlado por uma entidade, como resultado de eventos passados, a partir do qual se espera um futuro retorno financeiro.
Incorporadas a esta definição, existem duas subdivisões: ativos tangíveis, representados pelos bens e propriedades concretos; e os ativos intangíveis, caracterizados por bens não monetários identificáveis, sem substância física.
Os ativos tangíveis compunham a maior parte do valor de mercado das empresas até os anos 90, antes da explosão da internet.
O avanço da tecnologia da informação provocou profundas transformações na economia mundial.
Um fator importante a ser analisado é a geração de valor dos ativos intangíveis, que está em constante expansão.
Quer saber mais sobre o tema e entender quais são os ativos intangíveis da sua empresa, bem como sua importância e benefícios?
Continue a leitura.
A definição de termos contábeis é emitida pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Sendo este também, responsável pelo preparo e emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de contabilidade e a divulgação de informações deste âmbito.
De acordo com o CPC 04, ativo intangível é um bem não monetário identificável sem substância física. Em outras palavras, é um ativo que não pode ser representado por dinheiro ou por direitos a serem recebidos em uma quantia fixa ou determinável.
Caracterizam-se como bens que se enquadram nesta categoria de ativo intangível exemplos como:
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis determina que um ativo intangível é identificado como tal, quando:
Após esta identificação é feito o reconhecimento do ativo. Entretanto, a inserção deste nas demonstrações contábeis ocorre apenas se:
Para avaliar a probabilidade de geração de benefícios econômicos futuros, a instituição deve utilizar premissas razoáveis e comprováveis, representando a melhor estimativa da administração.
Além disso, o custo do ativo é relacionado ao fluxo de benefícios econômicos atribuíveis ao seu uso, e é julgado pela própria empresa.
De acordo com um estudo da Assessoria Financeira Ocean Tomo, estes bens atualmente representam mais de 80% do valor das empresas. Sendo assim, o investimento em ativos intangíveis é indispensável para uma empresa se manter no mercado e crescer economicamente.
Há certa complexidade na mensuração dos ativos intangíveis devido à incerteza associada a seus valores e à estimação de suas vidas úteis.
Infelizmente ainda é comum encontrarmos empresários que não se atentam à importância dos ativos intangíveis.
Por não serem ativos “físicos” e tão fáceis de mensurar, acabam passando despercebidas e sendo pouco valorizadas, mesmo com seu ótimo potencial de retorno financeiro.
É importante se lembrar que o valor dos ativos intangíveis vai além do que pensamos: pessoas, conhecimento, propriedade intelectual e ferramentas podem sempre serem aprimoradas e oferecerem ainda mais resultados para o negócio, ao contrário dos ativos tangíveis que tendem a depreciar com o tempo.
É preciso considerar algumas regras para reconhecer um ativo intangível propriamente dito.
São elas:
O primeiro passo para reconhecer um ativo intangível é garantir que ele seja identificável.
Nesse sentido, é importante que seja possível separá-lo da figura da entidade, por exemplo.
Para isso, ele deve ser possível de ser transferido, alugado, licenciado ou vendido como um bem a parte da instituição.
Além disso, é importante que o ativo intangível seja utilizado e tenha benefícios econômicos exclusivos da empresa, de forma que seja impossível a utilização sem autorização por terceiros.
O ativo intangível, nesse quesito, se iguala a qualquer outro tipo de bem dentro de uma empresa: é fundamental que ele seja capaz de gerar benefícios econômicos para a empresa de alguma forma, tanto através de receita quanto na redução de custos.
Para conseguir apurar o valor de um ativo intangível, é preciso considerar todo o seu custo.
Nesse ponto, consideramos os valores que foram gastos para que ele fosse criado ou o valor pago para sua contratação, por exemplo.
Além disso, existem outros fatores que devem ser considerados. São eles:
Considerando que o ativo intangível seja um software, por exemplo, é preciso considerar todo o tempo gasto em mão de obra para sua criação e bom funcionamento.
Pontue:
Se por ventura os sócios participarem da construção do ativo intangível e receberem remuneração da empresa, ela deve ser considerada um custo, através do “pró-labore” pago mensalmente.
É preciso colocar na ponta do lápis os gastos com contratação de terceiros e de ferramentas específicas para criar seu software, por exemplo.
Tenha o cuidado de separar os valores pagos para construção da ferramenta e os valores de manutenção, pois serão pontos diferentes nesse orçamento.
As ferramentas contratadas que não poderão ser vendidas junto com o seu software, como gestão de horas e servidor na nuvem para hospedagem, por exemplo, não devem ser consideradas no custo do ativo intangível.
A construção de um software ou plataforma é constante: as melhorias e otimizações dos processos precisam ser consideradas no projeto.
Ainda assim, é preciso que essa ferramenta seja capaz de gerar resultados para a empresa enquanto passa pelo processo de melhorias e criação de novas funcionalidades, por exemplo.
Para facilitar a organização, é interessante dividir o processo de construção em fases, para ter uma visão muito mais clara do que é “construção” e de quando ele realmente se torna um ativo, de fato.
Para mensurar o custo dos ativos intangíveis, determina-se a maneira como o ativo foi adquirido: separadamente ou através de uma combinação de negócios.
Custo por aquisição separada: o preço pago pela entidade ao adquirir separadamente um ativo intangível reflete sua expectativa sobre os possíveis benefícios econômicos esperados, incorporados ao ativo.
Além disso, o custo dos ativos intangíveis adquiridos desta maneira inclui:
Custo por aquisição em uma combinação de negócios: o ativo intangível adquirido desta maneira deve ser avaliado através da metodologia do valor justo na data de aquisição.
Este reflete as expectativas de mercado na data de aquisição com relação à probabilidade de geração de benefícios econômicos a favor da empresa.
Primeiramente, faz-se necessário avaliar se a vida útil do ativo é definida ou indefinida. No primeiro caso, a vida útil é formada, assim, pela duração ou volume de produção ou unidades semelhantes.
No último, a vida útil é determinada com base na análise de todos os fatores relevantes e, mesmo assim, não há um limite previsível durante o qual o ativo irá gerar fluxos de caixa líquidos positivos.
Muitos fatores devem ser considerados na determinação da vida útil de um ativo intangível, a saber:
Um ativo intangível gerado internamente consiste em soluções, por exemplo, criadas pela empresa:
Dentre as possibilidades de ativo intangível, estão:
A principal diferença entre o ativo tangível e o ativo intangível é a existência física. Enquanto o primeiro consiste em algo palpável, o segundo muitas vezes não é tão fácil de identificar.
Além disso, o ativo tangível possui como característica a facilidade de liquidar e vender no mercado, uma vez que é mais fácil de ser mensurável.
O ativo intangível, no entanto, por ser algo com mensuração mais difícil, costuma ser mais difícil de vender.
É importante pontuar também que, por definição, os ativos tangíveis são depreciados, enquanto os ativos intangíveis, por outro lado, são amortizados.
A depreciação de ativos tangíveis consiste na redução do valor desses bens devido ao desgaste ou redução de sua utilidade com o tempo.
A amortização dos ativos intangíveis, por fim, consiste na redução de valor aplicado na aquisição desses bens,com duração limitada ou com prazo legal de uso também limitado.
O goodwill também é considerado um ativo intangível.
No entanto, trata-se de um ativo intangível capaz de expressar seu valor e gerar riquezas incrementais a longo prazo para a empresa, através da entrada de um sócio, por exemplo.
O ativo intangível do goodwill é determinado pela diferença entre o valor justo de uma empresa e o preço pago por ela, por exemplo.
Esse valor é justificado pelo agrupamento dos ativos intangíveis da empresa que, apesar de serem identificáveis, são indivisíveis.
A instituição deve fazer a distinção entre os ativos produzidos internamente e os adquiridos de outras empresas e divulgar informações como:
Ao longo deste artigo, foi possível entender o que é ativo intangível e a importância representada por eles atualmente. A necessidade de avaliá-los é óbvia, porém, complexa e subjetiva.
Apesar de ser difícil de mensurar, é importante que os empresários se lembrem que os ativos intangíveis podem trazer benefícios imensos para a instituição, seja através da criação de renda ou da redução de gastos, otimizando o caixa da empresa.
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