Um dos relatórios financeiros mais importantes que uma empresa deve elaborar é a DRE: Demonstração do Resultado do Exercício. Mas, você sabe realmente o que é DRE de uma empresa?
A vida financeira completa do negócio é facilmente demonstrada e visualizada se você realmente souber como preencher uma DRE.
A DRE é um utensílio fundamental para gerir e compreender a saúde financeira e a operação da sua empresa.
Continue lendo o artigo para entender o que é DRE, como ela se estrutura e qual a sua importância.
O que é DRE?
A sigla DRE, como já dito anteriormente, significa “Demonstração do Resultado do Exercício”.
A estrutura de DRE é constituída por um relatório contábil elaborado juntamente com o Balanço Patrimonial, que descreve, de forma vertical e resumida, as operações financeiras de uma empresa em determinado período de tempo. Ela apresenta o resultado líquido, que pode ser lucro ou prejuízo.
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O resultado apresentado na DRE de uma empresa é gerado pelo confronto das receitas, custos e despesas da organização.
No Brasil, a DRE deve ser elaborada conforme o princípio contábil do regime de competência, ou seja, receitas e gastos devem ser incluídos na operação do resultado na data em que foram realizados.
O objetivo da DRE é resumir todas as operações realizadas pela empresa no período analisado, permitindo obter uma síntese do desempenho das atividades do negócio.
Tal relatório contribui então com o planejamento estratégico e com o processo de tomada de decisão ao entregar uma visão precisa e realista da empresa.
De acordo com a legislação, todas as empresas devem elaborar anualmente a DRE da empresa, exceto Microempreendedores Individuais, porém, por ser um relatório fundamental para a gestão, muitas empresas o elaboram mensalmente para fins administrativos e trimestralmente conforme obrigações fiscais.
Estrutura da DRE
A estrutura da DRE é definida pela Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976), artigo 187 e, de acordo com esta, deverá conter:
– Receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
– A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos, e o lucro bruto;
– As despesas com as vendas, as despesas financeiras deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
– Lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
– O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
– As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;
– O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
Além disso, na determinação do resultado do exercício serão computados:
– As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda;
– Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
Modelo da DRE
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Venda de Produtos
Venda de Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Devoluções de Vendas
Abatimentos
Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) CUSTOS DAS VENDAS
Custos dos Produtos Vendidos
Custo das Mercadorias
Custos dos Serviços Prestados
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas com vendas
Despesas Administrativas
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS
Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras
Variações Monetárias e Cambiais Passivas
(-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS
Resultado da Equivalência Patrimonial
Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
(-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
Como analisar a DRE de uma empresa?
É possível analisar a DRE de duas maneiras complementares:
Análise vertical
Na análise vertical, calcula-se o percentual que cada valor individualmente representa do faturamento bruto ou impacta o mesmo, permitindo analisar o que está diminuindo ou aumentando o resultado da empresa.
Além disso, o gestor consegue acompanhar tais percentuais para monitorá-los nos meses subsequentes e assim poder tomar decisões para mantê-los ou modificá-los.
Análise horizontal
Já a análise horizontal acompanha a variação de um mesmo valor de receita, despesa ou custo ao longo de dois ou mais períodos, o que permite monitorar as alterações.
Ao analisar a DRE é possível obter um grande número de informações como, por exemplo:
– a evolução das receitas de vendas e da margem de contribuição;
– a incidência de impostos;
– a composição dos custos e despesas e seus impactos sobre a receita;
– gerar projeções para o futuro com base nas tendências observadas comparando diferentes períodos.
Importância da DRE
A DRE é importante para a empresa em si, como também para agentes externos.
Em relação a própria empresa, a DRE é fundamental para:
– Analisar o desempenho e a saúde financeira da empresa;
– Verificar a evolução e composição das receitas e gastos;
– Refletir sobre a necessidade de reavaliar os custos e despesas de produção;
– Gerar informações que levam a uma visão mais realista do negócio;
– Ponderar se existe viabilidade econômica para determinados investimentos;
– Auxiliar na tomada de decisões mais seguras e assertivas;
– Detalhar onde o dinheiro está sendo gasto;
– Entender se o negócio é lucrativo ou não, e quais áreas precisam de melhorias;
– Gerir estrategicamente o negócio com base na boa governança;
– Prestar contas para Stakeholders;
– Apontar o Ponto de Equilíbrio;
– Possibilitar a correção de falhas administrativas e financeiras para alcançar melhores resultados.
Além disso, é utilizado por agentes externos à empresa (não apenas para fins legais e fiscais):
– É documento obrigatório para Sociedades Anônimas;
– Governo e órgãos fiscalizadores verificam se os tributos foram calculados e pagos corretamente;
– Bancos podem avaliar a situação do negócio antes de conceder crédito ou renegociações;
– Investidores interessados no negócio avaliam a situação financeira da empresa antes da análise do investimento.
Leia também: Método Valuation: 3 maneiras de calcular o valor da sua empresa
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