Entenda a cotação do dólar e a diferença entre o dólar turismo, comercial e paralelo

Sempre que ouvimos notícias sobre o valor do dólar paramos o que estamos fazendo para dar atenção à mensagem. Apesar da força que esta informação tem, muitas pessoas não entendem por que essa moeda varia constantemente e como funciona a atribuição desse valor. Em resumo, não compreendem a cotação do dólar.

São diversos os fatores que contribuem para a cotação do dólar, como: aspectos políticos, econômicos, a demanda e oferta de moeda e a estabilidade do país. Você tem a percepção de como esses assuntos interferem na cotação da moeda americana? Sabia que existe mais de uma cotação?

Ficou interessado pelo assunto? Confira este artigo que vai fazer você entender melhor os tipos de cotação e o que está por trás da variação do preço dessa moeda.

Taxa de Câmbio

Primeiro, para entendermos por que a ciência da cotação do dólar é tão importante em nossas vidas, temos que entender o que é a taxa de câmbio. Em linhas gerais, é a correlação entre a moeda de dois países diferentes. Na verdade, a taxa de câmbio representa o preço de comprar uma unidade de moeda estrangeira com moeda nacional.

O câmbio existe para facilitar as relações de troca entre dois países. Logo, existem outras taxas de câmbio, como a do euro. Entretanto, os Estados Unidos são a nação com maior força econômica no mundo e a sua moeda é a mais transacionada no planeta, por isso, ela serve como referência para a maioria dos países.

O que rege e como funciona a taxa de câmbio Homem contando notas de dólares para ilustrar o artigo sobre cotação do dólar

De maneira similar a qualquer produto transacionado no mundo, o dólar vai ter seu preço regido pela oferta e pela procura. Logo, quanto menor a quantidade de dólares no Brasil, maior será o preço da moeda americana em reais e quanto maior a oferta, menor será o preço da moeda americana em reais.

E o que faria a oferta de dólar variar? Alguns fatores quando oscilam são determinantes para modificar a quantidade de moeda estrangeira existente no país, por exemplo:

Juros

Uma alta na taxa de juros chama a atenção de investidores estrangeiros que, por sua vez, injetam dólares na economia (precisam trocar dólar por real para investir) visando esse atrativo retorno. Essa situação faz a oferta de moeda estrangeira aumentar no país, o que gera queda na taxa de câmbio (valorização da moeda doméstica ou valorização da taxa de câmbio).

Por outro lado, quando o juros está muito baixo os investidores se desfazem dos seus papéis. Eles retiram seus dólares da economia e aplicam o valor em outras praças, o que gera uma escassez de divisas no país e leva ao aumento da taxa de câmbio (desvalorização da moeda doméstica ou da taxa de câmbio).

Risco-país

É um índice de entendimento econômico-financeiro que traduz a possibilidade de mudanças de impacto negativo que possam acarretar crises financeiras em uma nação. De maneira simples, este indicador mensura o grau de perigo que um país representa para um investidor e por isso os investidores estrangeiros utilizam esta ferramenta para orientar seus investimentos. Sempre que o cenário político fica ruim, o risco-país aumenta.

Se um país apresenta uma variação positiva no risco-país, a tendência é que os investidores fiquem receosos e desistam de seus investimentos, provocando fuga de capitais e escassez de dólares. Uma variação negativa tem o efeito contrário, atraindo capitais e fazendo a taxa de câmbio se valorizar.

O risco-país se baseia principalmente nos riscos: político, quando o governo toma medidas adversas aos negócios; mercadológico, que se configura como a ameaça de fatores internos influírem nas aplicações; e o geográfico, quando elementos geológicos, climáticos ou geopolíticos alteram negativamente o retorno dos ativos.

Os responsáveis pelo cálculo deste indicador são as agências de classificação de risco e os bancos de investimento. O primeiro a fazer essa classificação foi o banco de investimento norte-americano J.P.Morgan.

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As três variações de cotação do dólar

Dólar comercial

Quando você escuta ou lê sobre a cotação do dólar na televisão ou em sites de negócios é dessa cotação que eles estão falando. Esse preço é o valor do dólar transacionado por empresas, instituições financeiras e o governo em operações de importação e exportação.

É esse o valor do dólar comercializado na bolsa, essa é a divisa que subjetivamente está envolvida em ações de desenvolvimento do país, e por isso a necessidade de ele ser mais acessível.

Apesar da intervenção do Banco Central, essa taxa é negociada entre instituições financeiras comerciais e grandes empresas com a finalidade de acordar suas transações e a emissão de divisas para o exterior.

Dólar turismo

Essa é a precificação que utilizamos para realizar nossas viagens, geralmente o dólar turismo fica de 10 a 15 centavos acima do comercial. Essa diferença existe porque, segundo o Banco Central, apenas as casas de câmbio podem permutar dólares, então esse desvio de preço são os custos operacionais da casa.

Esse também é o valor utilizado pelos bancos para converter os gastos realizados no exterior em reais. É válido lembrar que a cotação utilizada na conversão de gastos no cartão de crédito é a precificação obtida na data do vencimento da fatura do cartão, e não a do momento da compra.

Dólar Paralelo

Essa é uma cotação gerada pelas transações ilegais de moeda americana. Vale ressaltar que apenas as casas de câmbio podem realizar a compra ou a venda de dólares, portanto, qualquer outra forma de negociação será ilícita. Essa precificação tem um valor abaixo do dólar turismo.

A Influência do governo e do Banco Central Notas de dólares de diferentes valores para ilustrar artigo sobre cotação do dólar.

É habitual que economistas a serviço do país tentem controlar a variação da taxa de câmbio por meio do Banco Central. Para evitar oscilações bruscas, o Banco Central intervém no mercado. Esse cenário é chamado por alguns especialistas de câmbio sujo.

Quando há um excesso de moeda norte-americana no país ocasionando uma queda brusca na taxa de câmbio o Banco Central entra no mercado comprando a moeda externa, enxugando os exageros e mantendo a precificação dentro de um patamar que considera razoável.

Por outro lado, se há carência dessas divisas de forma a gerar uma ríspida desvalorização da moeda doméstica, o Banco Central entra no mercado vendendo dólares, causando uma valorização do real e da taxa de câmbio.

A divisa norte-americana é a moeda mais transacionada no mundo. Por essa razão, mesmo as operações realizadas entre países que não têm como seu dinheiro oficial a moeda americana, são baseadas na cotação do dólar.

A título de exemplo, a Argentina quando exporta um produto para o Brasil precisa negociar o produto em dólares que, depois, serão convertidos em pesos.

 

Entender a cotação do dólar e suas três variações é fundamental para compreender o impacto no sistema econômico de um país e, consequentemente, na sua empresa. As variações cambiais afetam a comercialização de produtos e serviços, como também as atividades de importação e exportação.

Pensando nisso, desenvolvemos, em parceria com a SpotEX – Assessoria Cambial , uma calculadora que lhe permitirá calcular o Spread Bancário (diferença percentual entre a cotação da moeda estrangeira comercial e a cotação utilizada pelo banco na hora de realizar a operação), o Lucro Bancário (uma variante do spread) e o Valor Efetivo da Transação (valor final que foi pago em cada unidade de moeda estrangeira após a aplicação do spread bancário e tarifas bancárias).

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