Controle Patrimonial para Igreja: por que é preciso começar já?

Foto de uma Igreja para ilustrar o controle patrimonial destinado para essas organizações

Administrar uma igreja é muito mais do que preparar cultos ou missas, escrever sermões primorosos e cuidar muito bem dos fiéis. É preciso conhecer sobre administração, proteger os bens e conhecer bem as regras que regem a instituição. Saber o que é e como fazer o controle patrimonial é parte muito importante deste contexto.

Claro que a natureza jurídica da igreja é muito diferente daquela que se observa em uma empresa comercial. No entanto, essa natureza exige alguns compromissos legais, totalmente diferentes das demandas espirituais.

Para que a igreja funcione plenamente e possa crescer, é necessário um trabalho de contabilidade que tem no controle patrimonial uma das engrenagens-chave.

O problema é que muitos administradores não conhecem os conceitos de controle patrimonial para igrejas. Se este é o seu caso, siga no nosso artigo para conhecer passo a passo este assunto.

O que é controle patrimonial?

Podemos entender o controle patrimonial como o cuidado com os bens de uma entidade (seja ela uma empresa, uma entidade do terceiro setor ou uma igreja). Em outras palavras, é a gestão cuidadosa de todo o patrimônio dessa entidade.

Controlar o patrimônio significa acompanhar os ativos tangíveis (imóveis, dinheiro em caixa, estoque, investimentos, etc) e os ativos intangíveis (valor da marca, da empresa, direitos autorais, licenças, softwares, etc).

Em qualquer entidade, incluindo as igrejas, é necessário conhecer os bens que compõem o patrimônio e cuidar muito bem deles. Caso contrário haverá desperdícios e possibilidade de problemas legais.

Uma excelente gestão patrimonial propicia:

  • realizar uma gestão financeira eficiente e construir uma previsão de custos mais assertiva;
  • reduzir gastos;
  • otimizar processos de compras e venda de ativos.

Conheça mais sobre gestão patrimonial aqui no nosso blog!

Por que Igrejas precisam fazer controle patrimonial?

Simples! Porque a gestão será muito mais eficiente!

Imagine a seguinte situação: a igreja faz uma compra no início de um ano de um determinado número de cadeiras para os cultos ou missas. No primeiro mês, certamente algumas dessas peças estarão quebradas. Depois de um semestre, este número será muito maior. Ao fim do ano ainda mais, certo?

Essas cadeiras tiveram uma vida útil adequada? Foi um bom investimento levando em consideração o valor pago, o valor de manutenção e o benefício adquirido? O fornecedor (ou a marca das cadeiras) merece estar em um próximo processo de compras?

A resposta pode ser sim ou não, mas o importante é que o gestor fez um acompanhamento, conheceu o patrimônio e pôde mensurar a depreciação. Isso gerou conhecimento e também vai possibilitar um investimento mais assertivo na próxima compra.

Este é apenas um dos pontos da gestão dos bens da igreja, afinal as cadeiras são apenas uma parte de todo o conjunto material que forma, no fim das contas, a entidade. A mesma lógica pode ser aplicada a todos os outros bens tangíveis ou intangíveis, gerando resultados cada vez mais positivos.

Separação dos bens pastor/padre X Igreja

Quando falamos sobre o controle do patrimônio de uma igreja, é necessário também deixarmos bem claro a divisão entre os bens do pastor ou do padre que faz a administração e os bens que formam a igreja.

Em primeiro lugar, estamos entendendo aqui a figura do pastor ou do padre como a do representante legal da igreja. Ou seja, ele é o responsável no âmbito legal por toda a entidade. No entanto, como já vimos, essa é uma entidade que trata de valores da alma, mas também lida com valores materiais em sua administração. Isso pode criar alguns obstáculos.

Um exemplo é quando as finanças do representante legal (o padre ou o pastor) se misturam com as contas da igreja. Mais especificamente, imagine que é ele quem faz, do seu próprio bolso, os pagamentos das contas do dia a dia, como água, luz e fornecedores.

Isso pode gerar uma enorme confusão do ponto de vista tributário, resultando até mesmo em um problema de sonegação fiscal aos olhos da lei.

Entendendo melhor, a remuneração pastoral é legítima e é considerada renda, portanto está sujeita a impostos. Se o dinheiro da igreja está misturado com o do representante legal, há um problema fiscal a ser resolvido com extrema urgência.

A solução está em um processo de gestão de patrimônio feito de forma consistente e que cumpra todos os requisitos legais exigidos. Isso protege tanto o pastor ou o padre de possíveis problemas em caso de uma fiscalização quanto o patrimônio da própria igreja.

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Como deve funcionar o controle do patrimônio de uma igreja?

Apesar de igrejas e empresas comerciais serem muito diferentes em relação a seus objetivos, os passos em busca da excelência na gestão patrimonial são os mesmos. Vamos acompanhar um por um:

  • O primeiro passo é criar um inventário patrimonial, que consiste em se verificar cada um dos bens que compõem a igreja, inclusive levando em conta o grau de conservação de cada ponto do inventário.
  • Logo depois é preciso avaliar cada um dos ativos presentes no inventário. Lembre-se que cada um deles (como as cadeiras que citamos acima) tem um valor investido, uma vida útil e um valor que pode ser reposto com a venda deste ativo quando a reposição for necessária.
  • Em um terceiro momento a gestão de patrimônio deve revisar a vida útil dos bens. Na igreja (como em uma empresa ou até mesmo nas nossas casas) cada bem se deteriora com o tempo e, cedo ou tarde, precisará ser reposto. Existem regras contábeis para calcular a depreciação de bens do ativo imobilizado que você pode pesquisar aqui no nosso blog.
  • Após essa avaliação, o próximo passo é determinar uma nova taxa de depreciação dos ativos. Ou seja, é necessário criar uma tabela que mostre o grau de depreciação (o quanto perde de valor por ano) cada um dos itens que foram levantados pelo inventário.
  • Por último, aplique o Teste do Impairment, também conhecido como Teste de Recuperabilidade. Este é um teste que consta nas Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC TG 01 (R3)/ Redução ao valor recuperável de ativos. Na prática, ele serve para verificar se o valor recuperável de um bem é ou não menor do que o valor registrado na contabilidade.

Após todos estes passos, você terá um controle minucioso sobre os bens da igreja e saberá qual é o melhor momento para repor cada um dos ativos da entidade, valorizando os bens e otimizando os processos de compra e venda.

Tenha um controle patrimonial para igrejas excelente!

Um controle de patrimônio primoroso é, por tudo o que vimos, uma necessidade para que a igreja funcione bem, mas isso não é simples para quem nunca se aventurou na área contábil.

Uma boa dica para quem entendeu os benefícios da gestão patrimonial, mas não tem experiência nesta área, é procurar uma empresa que tenha a expertise necessária para iniciar este processo e fazer com que essa ferramenta de administração seja um trunfo no processo de gestão e de crescimento da igreja.

4 comentários em “Controle Patrimonial para Igreja: por que é preciso começar já?”

  1. Maria Eunice .S Macêdo

    Excelente aprendizado.Sabia que é necessário essa organização…mas gostei muito.

    1. Olá Maria, ficamos muito felizes em saber que nosso conteúdo foi útil para você, obrigado pelo feedback 🙂

Comentários encerrados.