Você já ouviu falar sobre o CPC 01? Essa metodologia auxilia na administração contábil dos ativos de uma empresa, avaliando diversos fatores fundamentais para a saúde financeira das instituições.
A seguir, apresentamos um resumo do CPC 01 comentado, para que você saiba os aspectos mais relevantes das diretrizes do comitê, sobre o valor recuperável de ativos. Acompanhe.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é a entidade que tem como objetivo analisar, organizar e emitir os Pronunciamentos Técnicos sobre processos de Contabilidade e divulgar informações sobre o assunto.
O CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, por sua vez, traz orientações sobre a metodologia a ser utilizada para estudo, preparo e emissão do registro contábil dos ativos de uma empresa.
De acordo com o próprio CPC 01, “o objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação”.
O CPC 01 deverá ser aplicado na contabilização de ajustes para perdas por desvalorização dos ativos de uma empresa, exceto nos seguintes casos:
O CPC 01 possui como objetivo estabelecer os procedimentos que serão aplicados pelas entidades para assegurar o registro contábil de seus ativos por valor, evitando que exceda seus valores de recuperação.
Além disso, o CPC 01 ainda estabelece que as empresas:
Para entender melhor como a CPC 01 funciona, é preciso se familiarizar com os conceitos mais comuns do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).
Para assegurar que os ativos não sejam registrados por um valor superior ao que pode ser recuperado, realiza-se o Teste de Impairment, ou teste de recuperabilidade.
O Teste de Impairment possibilita que empresas, ao verificarem o valor de seus ativos anualmente, reconheça se estes estão desvalorizados, ou seja, se o valor contábil excede seu valor recuperável.
Para realizar o teste, é adotado um dos métodos citados na determinação do valor recuperável.
A escolha do método depende exclusivamente da empresa, no entanto, caso o método escolhido resulte em valor recuperável menor que o valor contábil para determinado ativo.
É necessário a realização da avaliação por um dos outros métodos para confirmação do resultado.
Dessa maneira, a empresa deve registar essa diferença no resultado do exercício quando o valor recuperável for inferior ao contabilizado.
Se o valor recuperável for maior do que o valor contabilizado, o ativo deve permanecer com o valor original registrado.
É necessário comprovar os resultados obtidos no Teste de Impairment com Laudos Técnicos assinados pelos profissionais especializados em Engenharia de Avaliações.
Após a execução das avaliações, a empresa deve divulgar em notas explicativas as seguintes informações sobre o Teste de Impairment:
A Unidade Geradora de Caixa consiste em um pequeno grupo identificável de ativos que geram entradas de caixa.
Essas entradas, na grande maioria das vezes, são independentes das entradas geradas por outros ativos ou outros grupos de ativos.
É o valor presente de fluxos de caixa futuros* esperados de um ativo ou de uma unidade geradora de caixa. De acordo com o CPC 01 atualizado (item 31), para estimar o valor em uso de um ativo é necessário estimar futuras entradas e saídas de caixa derivadas do uso contínuo do ativo e de sua baixa final.
Depois é preciso aplicar a taxa de desconto apropriada para trazer esses fluxos de caixa a valor presente.
*Composição das estimativas de fluxos de caixa futuros: de acordo com o CPC 01 (item 39), os fluxos de caixa futuros devem ser estimados para o ativo em sua condição atual, incluindo projeções de entradas de caixa advindas do uso contínuo do ativo. Projeções de saídas de caixa que são necessariamente incorridas para gerar as entradas de caixa advindas do uso contínuo do ativo e, se houver, fluxos de caixa líquidos a serem recebidos (ou pagos) quando da baixa do ativo ao término de sua vida útil.
De acordo com o CPC 01, o Valor Contábil Líquido consiste no montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço, após a dedução da sua depreciação, exaustão acumulada, amortização ou ajustes para perdas.
É a avaliação do ativo subtraindo as despesas estimadas em uma possível venda do bem. Ou seja, o valor que a empresa conseguiria receber pela venda do ativo em uma negociação padrão, descontado os custos com a venda.
A lei nº 11.638/07 torna obrigatório que empresas que tenham ativos totais superiores à R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões, publiquem suas demonstrações financeiras, indicando a perda por desvalorização dos seus ativos.
Sendo assim, de acordo com essa lei, “a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido”, a fim de que sejam:
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam. Ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor;
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização.”
Contudo, é recomendado que todas as empresas avaliem, anualmente, se os ativos sofreram desvalorização.
Como? Sugerimos que também acesse nosso artigo; “Como calcular a depreciação de bens do ativo imobilizado”.
Em caso de desvalorização, a empresa deve estimar o novo valor recuperável do ativo.
Além das normas contábeis, o CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, pode auxiliar gestores a ter mais informações sobre a desvalorização de seus ativos.
Algumas indicações podem informar se o ativo imobilizado sofreu ou não desvalorização.
São exemplos dessas indicações:
De acordo com o CPC 01 atualizado, todos os ativos da entidade devem ser aplicados na contabilização de ajuste para perdas por desvalorização, exceto:
Com o objetivo de garantir que o valor registrado contabilmente não é superior ao seu valor de recuperação, é necessário determinar o valor recuperável de um ativo.
Este será definido pelo maior valor entre o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo, ou de unidade geradora de caixa, e o seu valor em uso.
Ou seja, se um destes montantes for maior que o contábil, não existe desvalorização.
Acompanhar as novas normas e regulamentações é fundamental para garantir que a sua empresa está em dia com as obrigações fiscais e contábeis.
Muitas vezes, mesmo que os empresários tenham entendido o que é a CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, a ajuda de um profissional qualificado para realizar a gestão é fundamental.
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