Métodos de custeio: quais são, vantagens, desvantagens e diferenças

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Você sabe o que são métodos de custeio?

Saber quais são os custos unitários de cada mercadoria é fundamental para ter um controle financeiro mais eficiente e, claro, conseguir definir uma precificação justa e rentável para a instituição.

No entanto, sabemos que nem todos os empresários têm noção real dos custos que a empresa possui e que, por isso, também têm dificuldade de ter um negócio mais sustentável.

Dito isso, hoje vamos falar sobre os métodos de custeio, explicar os diferentes tipos, a importância dessa prática e quais são as diferenças entre cada método.

Continue a leitura.

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O que são métodos de custeio?

Os métodos de custeio, ou métodos de rateio, como também são conhecidos, são ferramentas criadas para facilitar o cálculo para entender qual é o custo de produção de um determinado produto.

É importante entender qual o valor de custo unitário dos produtos para, por exemplo, conseguir identificar o preço ideal na etapa de precificação.

Infelizmente, não é raro encontrarmos empresas que ainda não se atentaram à importância de entender esse custo e que, por isso, acabam tendo uma rentabilidade não muito interessante.

Utilizar os métodos de custeio irá permitir, por exemplo, que você acompanhe de forma mais eficiente o desempenho financeiro da empresa, entenda o valor de cada mercadoria e, a partir daí, consiga tomar algumas decisões mais estratégicas.

É natural que, na medida em que a empresa cresce e os processos de produção e distribuição ganham volume, torna-se um pouco mais difícil acompanhar algumas informações, como os custos atrelados aos produtos.

Para que esses dados não se percam e que seja possível ter uma visão mais clara e efetiva da rentabilidade da instituição, encontrar o método de custeio mais adequado para a empresa é fundamental.

Com várias opções de métodos de custeio disponíveis, é papel do gestor financeiro avaliar cada um deles considerando as necessidades e prioridades da empresa, e a partir daí identificar qual é a opção mais interessante para o contexto da instituição.

A importância dos métodos de custeio

Como explicado anteriormente, os métodos de custeio são ferramentas que permitem identificar quais são os custos unitários de cada mercadoria vendida pela empresa.

Esse cálculo é importante porque, sem saber qual é o valor de produção dos produtos ou serviços da empresa, fica cada vez mais difícil estabelecer o melhor preço.

Para precificar os produtos de forma justa e lucrativa para a empresa, é preciso estar ciente de todos os custos envolvidos em cada parte do processo e, a partir daí, encontrar qual é a margem de lucro mais interessante para cada mercadoria.

Com uma precificação inadequada, as chances da empresa ter prejuízos é enorme: sem saber o valor unitário da mercadoria, você poderá estar cobrando bem menos do que deveria, o que reduz a rentabilidade e torna a empresa insustentável a longo prazo.

Cada produto ou serviço terá um custo unitário diferente, e pode ser que esse valor mude de acordo com o aumento dos preços dos insumos necessários para sua precificação.

Por isso, é importantíssimo que os responsáveis acompanhem os valores praticados no mercado, tenham um bom relacionamento com fornecedores e também avaliem os custos de matéria prima sempre que possível, para fazer os ajustes quando necessário.

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Quais são os métodos de custeio?

Existem cinco métodos de custeio que podem ser utilizados pelas empresas:

  • método de custeio variável;
  • método de custeio por absorção;
  • método de custeio ABC;
  • método de custeio UEP;
  • método de custeio padrão.

Explicaremos cada um deles a seguir.

Método de custeio variável

O método de custeio variável, também conhecido como método de custeio direto, é talvez um dos mais utilizados nas empresas, principalmente no comércio ou em empresas industriais.

Esse método de custeio variável é uma modalidade que se destaca pela sua simplicidade e praticidade, considerando os custos de fabricação tudo aquilo que é variável, direto e indireto.

Nesse sentido, os custos considerados fixos de uma empresa, como salário de funcionários, aluguel e outras despesas não entram no cálculo, pois são considerados apenas despesas, e não custos de fato.

Sendo assim, esse é o ponto de maior destaque do método de custeio variável: as despesas da empresa são divididas entre custos fixos (que são as despesas recorrentes citadas anteriormente) e os custos variáveis.

Os custos variáveis são os que realmente importam, e são aqueles que podem variar proporcionalmente, de acordo com o volume da produção da empresa e suas especificidades.

É através do método de custeio variável que informações como margem de contribuição surgem, e norteiam decisões importantíssimas dentro da instituição.

1. Vantagens

O método de custeio variável, como dito anteriormente, é um dos mais conhecidos e utilizados dentro das empresas.

Essa metodologia tem como vantagens:

  • a possibilidade de mensurar o custo de cada unidade de forma simples e objetiva, sem interferências. Dessa forma, as alterações de estoque ou outros detalhes não vão atrapalhar os cálculos do lucro, e por isso é possível que os gestores tenham muito mais precisão e clareza na análise de resultados e planejamento estratégico;
  • é possível identificar a margem de contribuição de cada unidade de forma rápida. Os cálculos que mostram as diferenças entre o preço da venda e o custo do produto são feitos de forma instantânea, permitindo que os responsáveis analisem sempre que necessário, com muita agilidade. Ao entender esses números, é possível atuar para aumentar a rentabilidade da empresa.

2. Desvantagens

Apesar de ser tão eficiente e comum no Brasil, o modelo de método de custeio variável possui algumas desvantagens.

São elas:

  • apesar da exclusão de custos fixos ser algo que facilita os cálculos, também pode atrapalhar o processo de precificação dos produtos. Isso porque, em alguns casos, a falta desses dados poderá gerar alguns problemas nos cálculos e interferir nos resultados. Todos os custos semivariáveis e semifixos que não são considerados no cálculo podem gerar esse tipo de problema;
  • um dos motivos da adoção desse modelo é o foco em decisões de longo prazo. Se a empresa estiver pensando em projetar a longo prazo, esse método de custeio não é a melhor opção.

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Método de custeio por absorção

Ao contrário do método de custeio variável, o método de custeio por absorção considera os custos fixos ao fim de cada produto comercializado pela empresa.

Isso significa que é necessário subtrair dos custos dos produtos que foram vendidos (CPV) os valores referentes aos custos de fabricação, sejam eles:

  • diretos;
  • indiretos;
  • fixos;
  • variáveis;
  • operacionais;
  • estruturais.

Através do método de custeio por absorção, cada produto irá absorver uma parte dos custos indiretos e diretos da empresa que se relacionam com a fabricação, independente se são fixos, variáveis, estruturais ou operacionais.

É através desse método que é possível identificar, por exemplo, as despesas e os custos.

Nesse modelo, apenas os desembolsos que se referem aos produtos que foram vendidos, direta ou indiretamente, serão alocados no CPV (custo dos produtos vendidos).

As despesas que não englobam esses custos, como as despesas financeiras, administrativas ou até mesmo investimentos não entram nesse método.

1. Vantagens

O método de custeio por absorção tem como vantagens principais:

  • a possibilidade de ser implementado como uma alternativa mais barata, uma vez que não será necessário separar os custos;
  • é uma metodologia que está em conformidade com o PFC, Princípios Fundamentais de Contabilidade;
  • a metodologia está em conformidade com as leis tributárias;
  • permite que um planejamento a longo prazo pode ser feito graças aos dados levantados durante a análise.

2. Desvantagens

No entanto, o método de custeio por absorção possui como desvantagens:

  • trata-se de um cálculo lento, porque possui diversos detalhes que precisam ser levados em consideração (ao contrário do método de custeio variável, por exemplo);
  • o preço de venda não possui uma margem de contribuição real, o que acaba significando um valor menos competitivo para a empresa.

3. O que é custeio por absorção parcial?

Você pode se deparar também com o método de custeio por absorção parcial, e estar se questionando sobre as possíveis diferenças, ou não, em relação ao método de custeio por absorção.

Essencialmente, o método de custeio por absorção parcial consiste no método de custeio por absorção de forma tradicional, sem alteração em sua aplicabilidade.

Isso significa que, através dessa metodologia, os custos fixos e variáveis serão atribuídos aos produtos, ao passo que os gastos considerados despesas (gastos de gestão financeira, administração, comercialização, etc.) serão contabilizados diretamente no resultado do período analisado.

Sendo assim, os produtos terão atribuído em seu custo de produção apenas os custos que foram destinados, de fato, à produzi-los.

Todos os demais custos, referentes à administração, vendas e estrutura, por exemplo, precisarão ser rateados antes de incorporados no custo de cada unidade produzida.

Além disso, existe também o método de custeio por absorção parcial modificado.

Essa metodologia irá atribuir aos produtos todos os custos variáveis e os custos fixos operacionais da empresa.

Método de custeio ABC

O método de custeio ABC, conhecido também como método de custeio baseado em atividades, considera que os preços dos produtos serão motivados pelas ações desempenhadas na empresa.

Essas ações, por sua vez, são consumidas pelos produtos e serviços que foram gerados na mesma instituição.

Dessa forma, será possível medir com mais precisão quais são as despesas e os custos que não se referem à produção em si, considerados custos indiretos, através da análise das atividades, os custos e os utilizadores.

Uma das características do método de custeio ABC é o rastreio dos custos de cada atividade da empresa.

A ideia é verificar como cada uma delas se relaciona com a geração de receitas para a instituição, bem como medir o consumo de recursos em cada uma delas.

Por isso, o método de custeio ABC irá avaliar cada parte do processo de produção dos produtos da empresa, para conseguir identificar possíveis conflitos e custos excessivos, por exemplo.

É comum que profissionais considerem o método de custeio ABC um dos mais evoluídos, se comparado às outras metodologias.

Isso porque, historicamente, esse método surgiu para suprir algumas necessidades pontuadas pelos gestores, como a demanda de informações muito mais detalhadas para entender quais são os custos por unidade.

Na medida em que o tempo foi passando, algumas variáveis básicas na produção das unidades mudaram, e foi necessário aprender a acompanhá-las corretamente: a participação dos custos indiretos e o aumento da diversificação de produtos, por exemplo.

Com o tempo, os gestores perceberam que os métodos de custeio mais tradicionais não eram capazes de entregar todas as informações necessárias para a tomada de decisões cada vez mais estratégicas na empresa.

Por isso, foi necessário criar essa alternativa.

Mas não se engane: isso não significa que os outros métodos de custeio não são interessantes.

Cada metodologia tem seu valor, e é preciso avaliá-las individualmente, considerando a realidade e as demandas da empresa para identificar qual é a opção mais relevante e eficiente para as necessidades da sua empresa.

Em breve explicaremos que uma das desvantagens do método de custeio ABC é a sua invalidez diante a legislação fiscal e societária.

Por mais que se trate de uma metodologia mais completa, e que atende algumas necessidades encontradas pelos gestores, infelizmente esse método não atende às normas estabelecidas.

Então, apesar de ser excelente para o planejamento e análise mais completa, será necessário utilizar de uma outra abordagem para cumprir com as necessidades fiscais e contábeis da empresa.

1. Vantagens

São vantagens do método de custeio ABC:

  • a possibilidade de determinar de forma mais precisa quais são as despesas e os custos indiretos de cada produto, sempre avaliando as atividades realizadas na instituição com bastante cautela;
  • a possibilidade de levantar dados mais completos e ricos para conseguir definir estratégias para melhorar os processos, a qualidade e o desempenho da instituição de modo geral.

2. Desvantagens

São desvantagens do método de custeio ABC:

  • a necessidade de reorganizar a empresa para ser implementado;
  • algumas informações são difíceis de extrair;
  • dificuldade de integração com outros departamentos;
  • a legislação societária e fiscal não aceita esse modelo, o que torna seu uso exclusivo para controle interno e gestão, mas não pode ser considerado uma forma oficial de calcular o custo unitário dos produtos.

Método de custeio UEP

O método de custeio UEP, ou Unidade de Esforço de Produção, é uma metodologia que considera o esforço de produção na definição dos custos unitários dos produtos.

Dessa forma, todos os fatores que estão direta ou indiretamente ligados à fabricação das unidades devem ser considerados para a definição dos custos.

Nesse sentido, a empresa precisará utilizar uma unidade de medida comum entre todos os produtos e processos da instituição para conseguir mensurar e definir os custos dos mesmos.

É através dessa metodologia que o planejamento e o controle de produção conseguem ser feitos com mais clareza e analisados com maior precisão.

1. Vantagens

São vantagens do método de custeio UEP:

  • a simplicidade da operação;
  • a possibilidade de visualizar de forma mais ampla e transparente todas as atividades da empresa;
  • a facilidade na avaliação da rentabilidade dos equipamentos da instituição;
  • a avaliação da capacidade produtiva da empresa.

2. Desvantagens

São desvantagens do método de custeio UEP:

  • não é possível mensurar quais foram as perdas ou desperdícios;
  • o custo determinado por essa metodologia considera apenas o que consiste na transformação da matéria-prima em produtos, o que não inclui a análise e gestão dos gastos administrativos da empresa.

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Método de custeio padrão

O método de custeio padrão é considerado uma alternativa para acompanhar a eficiência do processo produtivo.

Nessa metodologia, ao comprar o custo real, o método permite a identificação daqueles pontos onde existe desvio de esforços ou ineficiências, utilizando essas informações como base antes de determinar os custos de cada unidade.

Para simplificar, podemos dizer que o método de custeio padrão é uma forma de estabelecer um valor de gasto ideal que a empresa precisará, através da melhora e otimização dos processos, alcançar para ter maior eficiência e rendimento.

São variações do método de custeio padrão:

  • o custo-padrão estimado ou orçado, utilizado para identificar quais são os custos que a empresa precisará alcançar no futuro através da realização de algumas atividades no momento presente;
  • o custo-padrão corrente, utilizado para identificar o custo ideal como meta;
  • o custo-padrão ideal, variação fundamental para identificar qual é a eficiência máxima e capacidade produtiva da empresa sem que ocorra desperdício de recursos.

1. Vantagens

São vantagens do método de custeio padrão:

  • a possibilidade de entender o orçamento de forma mais clara, permitindo um planejamento mais eficiente para a fabricação dos produtos;
  • a identificação do desempenho da empresa, concluindo se foi de fato melhor ou pior do que o que foi planejado anteriormente para aquele período.

2. Desvantagens

O método de custeio padrão possui como desvantagens:

  • o fato de não ser baseado em aplicações reais;
  • o fato de que nem sempre ele auxilia na melhora da gestão de custos da empresa.

Qual o melhor sistema de custeio?

Como vimos anteriormente, são vários os métodos de custeio disponíveis.

A escolha do melhor sistema de custeio vai depender das necessidades, da realidade e da demanda de cada empresa.

É preciso analisar todos os casos e identificar quais são essas particularidades e quais métodos de custeio melhor se encaixam nesse processo.

É papel dos gestores financeiros avaliar os fatores da instituição, como faturamento, informatização, linhas de produtos, planejamento estratégico e outros detalhes para tomar a decisão mais assertiva para a empresa.

É importante que o gestor financeiro consiga identificar o melhor método de custeio para conseguir fazer o planejamento mais adequado para a empresa, bem como realizar a precificação ideal de cada produto.

Quais as principais diferenças entre o custeio por absorção e o custeio direto ou variável?

O método de custeio por absorção e o método de custeio variável se diferenciam, principalmente, pelos custos que são considerados para realização dos cálculos.

Enquanto o método de custeio por absorção considera os custos diretos, indiretos, fixos, variáveis, operacionais e estruturais, o método de custeio variável não considera os custos fixos da empresa.

O método de custeio por absorção é caracterizado por ser uma alternativa para a criação de um planejamento a longo prazo, visto que os dados são mais completos.

Já o método de custeio variável se torna uma boa opção apenas para planejamentos a curto prazo, porque os dados são mais simples e não englobam muitos detalhes.

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Conclusão

Existem vários métodos de custeio disponíveis no mercado e que, cada um à sua maneira, ajudam a identificar os custos e realizar a precificação das unidades dentro da empresa.

É importante que o gestor financeiro avalie cada alternativa e identifique aquela que melhor se adequa às necessidades e demandas da instituição.

Esses e outros processos internos são fundamentais para a criação de um planejamento eficiente e um plano de desenvolvimento para a empresa.

Para te ajudar a identificar as melhores opções, confira nosso artigo Crescimento Empresarial: 6 dicas para sua empresa crescer.