Taxa de depreciação de máquinas e equipamentos: saiba como calcular

homem calculando taxa de depreciacao de maquinas e equipamentos

Você sabe o que é taxa de depreciação de máquinas e equipamentos?

Por apresentarem vida útil definida, bens móveis como máquinas, equipamentos e ferramentas sofrem um desgaste natural com a ação do tempo, o uso e até a falta de manutenção preventiva. Essa redução de capacidade chamamos de depreciação, ou seja, é a perda de valor de um bem pelo seu tempo de uso.

Para atendimento contábil, essa desvalorização deve ser reconhecida ao longo da vida útil econômica do ativo, ou seja, o período em que o bem gera benefícios econômicos para a empresa.

Existem três métodos mais conhecidos para o cálculo dessa depreciação: Linear (linha reta), Saldos Decrescentes e Unidades produzidas.

De acordo com o CPC 27, para esse cálculo deve-se considerar o valor de aquisição do ativo reduzindo o seu valor residual. Valor residual é o quanto se espera vender o ativo ao final de sua utilização, geralmente valor de sucata.

Como resultado dessa subtração, temos o chamado “valor depreciável”, exatamente o valor que deve ser diluído ao longo da vida útil do ativo como depreciação. Identificado o encargo de depreciação é preciso fazer o débito em uma conta de custo ou despesa operacional e o crédito da conta redutora do ativo imobilizado, denominada depreciação acumulada.

Diferente da depreciação societária, as regras fiscais seguem as determinações da Secretaria da Receita Federal, no artigo 305 do RIR/99, que estipula prazos fixos de vida útil para cada tipo de ativo desconsiderando o conceito do valor residual e o período em que realmente se espera utilizar o bem.

É importante observar que a legislação permite substituir as taxas fiscais pelas societárias, desde que comprovado por laudo independente.

Qual o tempo de depreciação dos ativos?

Primeiramente, ao realizar a contabilidade da empresa é importante definir se a depreciação será classificada como custo ou despesa. Basicamente deve ser reconhecida como custo se o ativo for utilizado diretamente na produção de bens, nos demais casos reconhece-se como despesa.

Na base societária, faz-se um estudo sobre quanto tempo se espera obter benefícios econômicos com o uso do ativo. Portanto, são taxas que variam de empresa para empresa, podendo inclusive um mesmo tipo de bem apresentar taxas diferentes em uma mesma entidade em função da forma como são utilizados e locais a quais ficam expostos.

Na base fiscal, o período depreciável é determinado por tipo de ativo conforme tabela disponibilizada pela Receita Federal por meio do artigo 305 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99).

BENS DEPRECIÁVEIS TAXA ANUAL DE DEPRECIAÇÃO (%) ANOS DE VIDA ÚTIL
Móveis e utensílios 10% 10 anos
Veículos 20% 5 anos
Computadores e periféricos 20% 5 anos
Empilhadeiras; outros veículos para movimentação de cargas e semelhantes, equipados com dispositivo de elevação 10% 10 anos

Leia também: Ativo imobilizado: o que é, quais são as contas e contabilização

homem calculando a taxa de depreciação de máquinas e equipamentos

Como fazer o cálculo da taxa de depreciação dos ativos ?

Vários métodos de depreciação podem ser utilizados para apropriar de forma sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil.

Tais métodos incluem o método da linha reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas.

A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo dos benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Em todos os casos deve-se subtrair do valor de aquisição do ativo o seu valor residual, e então calcular o saldo depreciável e suas taxas de depreciação.

Depreciação linear

A depreciação pelo método linear resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo.

O cálculo da taxa de depreciação de máquinas e equipamentos é mais simples e exige uma fórmula fixa: depreciação anual = (custo de aquisição – valor residual) / anos de vida útil.

Enquanto o valor da aquisição é identificado pela nota de compra, o residual e os anos de vida útil, são estimados pela empresa, com base principalmente em seus dados históricos ou estudos divulgados em tabelas consagradas de avaliações.

Ou seja, se um determinado equipamento com vida útil de 10 anos, adquirido por R$ 200.000, com 10% de valor residual, terá o seguinte cálculo na depreciação mensal: (R$ (200.000 – R$ 20.000) ÷ 10 anos.

Métodos dos saldos decrescentes

O método dos saldos decrescentes resulta em despesa decrescente durante a vida útil do ativo.

Isso ocorre, pois, diferente do método linear em que as quotas de depreciação incidem sobre o custo de aquisição resultando em valores fixos ao longo do período, as taxas por esse método incidem sempre sobre o saldo residual contábil.

Método das unidades produzidas

O método de unidades produzidas resulta em despesa baseada no uso ou produção esperados.

Para o cálculo da taxa de depreciação de máquinas e equipamentos, basta dividir o total produzido no período em relação à capacidade total de produção do ativo ao longo de sua vida útil.

Dessa forma encontramos a proporção quantidade produzida/capacidade total de produção que reflete o valor do desgaste do equipamento à ser reconhecido no período.

O mesmo se aplica para ativos que desgastam por horas de trabalho, por exemplo aeronaves, máquinas agrícolas, etc.

Depreciação acelerada

Nessa modalidade de cunho fiscal, a depreciação terá uma taxa anual linear determinada pelo Governo, que aumenta de acordo com os turnos adicionais de operação dos ativos.

Esse método permite um ganho de caixa nos anos iniciais, com um reconhecimento da despesa de depreciação em um menor período de tempo.

Isso significa uma despesa maior sendo reconhecida no curto prazo que diminui a base de cálculo do imposto de renda nos anos iniciais.

É importante reforçar que não se trata da mesma coisa que a depreciação acelerada incentivada, que consiste em incentivos fiscais temporários do Governo para determinadas categorias e com regras específicas.

taxa de depreciacao de maquinas e equipamentos mulheres em reunião

Como acompanhar as taxas de depreciação de máquinas e equipamentos

Para se contabilizar os valores da taxa de depreciação de máquinas e equipamentos, os profissionais da área contábil registram sistematicamente e de forma individualizada todos os dados importantes do ativo.

Para acelerar o processo, dando agilidade e segurança nas operações, existem diversas ferramentas online que auxiliam na contabilidade das informações, determinando, por exemplo, quanto tempo um bem será útil, quais serão os dados de desvalorização em cada período, tipo de depreciação, período transcorrido desde a aquisição do ativo, entre outros.

Portanto, para se calcular e controlar a depreciação de máquinas de forma sistemática, o mais indicado é a utilização de um software específico para Ativo Imobilizado. Desta forma o gestor poderá acompanhar a depreciação das máquinas e equipamentos de maneira organizada, ao longo de suas vidas úteis sem riscos de falhas durante a os cálculos e operação.

Com mais de uma década de experiência na área de consultoria empresarial, a Investor é especializada em avaliações, sejam elas de empresas, imóveis ou de ativos fixos. São mais de $210 bilhões avaliados em ativos, sempre com o foco no sucesso dos nossos clientes. Adotando modernas ferramentas de gestão de controle patrimonial, realizamos inventário patrimonial, avaliação de ativos fixos, revisão das vidas úteis e teste de impairment.

homem em reuniao taxa de depreciacao de maquinas e equipamentos

Conclusão

No decorrer deste texto identificamos que depreciação de máquinas e equipamentos é na realidade a sua desvalorização natural que ocorre com o passar dos anos de uso.

Suas taxas podem ser consideradas custo, se o bem for empregado na produção ou despesa dos ativos imobilizados, se não estiverem diretamente ligados ao setor produtivo da empresa.

Considerada uma técnica contábil, no Brasil os cálculos da depreciação obedecem critérios estabelecidos pelo governo através da Secretaria da Receita Federal, por meio do artigo 305 do regulamento do Imposto de Renda de 1999 (RIR/99). Ele estabelece taxas diferentes para cada classe de ativo.

Porém, temos conceitos e técnicas diferentes trazidos pelo CPC 27, em que se consideram taxas econômicas e valores residuais diferentes que buscam refletir com mais precisão a realidade operacional do ativo para cada empresa. Essas taxas calculadas com base nos critérios econômicos podem ser adotadas em substituição as taxas determinadas pelas regras do Imposto de Renda. Quando utilizadas devem revisadas obrigatoriamente revisadas a cada período.

Por se tratar de uma despesa/custo reconhecida ao longo da vida útil, a depreciação promove a uma redução na base do lucro tributável da empresa, fazendo a entidade “poupar” recursos que seriam destinados ao pagamento dos impostos. Em contrapartida podem reduzir os recursos distribuídos aos sócios ou acionistas por meio de dividendos.

Uma gestão patrimonial eficiente, deve estar ligada diretamente à políticas de controle dos equipamentos e à manutenção preventiva ou corretiva dos mesmos. Tudo objetivando a redução dos custos e também um prolongamento da vida útil do patrimônio produtivo da empresa.

2 comentários em “Taxa de depreciação de máquinas e equipamentos: saiba como calcular”

  1. Bom dia. Trabalho com locação de equipamentos de informática,

    Minha contabilidade está lançando impressoras e multifuncionais que eu uso para locação como COMPUTADORES E PERIFÉRICOS, que possui depreciação de 20% a.a, está correto o lançamento?

    Por ser equipamento que utilizo como atividade fim do meu negócio não seria MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS?

Comentários encerrados.